O profeta e o corvo


Wilma Rejane

I Reis 17:6 “E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã; como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro.”

Essa passagem Bíblica é sempre citada quando queremos nos referir ao suprimento chegando até nós de modo imprevisível. Seria Deus santo, utilizando instrumentos impuros, para socorrer um de seus filhos. Foi assim com profeta Elias quando deprimido e fugindo de perseguições se escondeu junto ao ribeiro de Querite. Os corvos lhe levavam pão e carne de manhã e de noite. Elias estava em estado de isolamento, mas Deus era Sua companhia diária e uma prova disso, era o corvo.

O corvo é um animal necrófago, listado entre os imundos (Levítico 11:15). Apesar desta característica repugnante, observemos que a carne levada a Elias era saudável. Ou seja, o corvo não havia colhido aquele alimento em uma lixeira ou algo parecido. Deus direcionou aquele animal para  colher em um lugar que ele não tinha costume de ir. Não apenas Elias saiu da rotina, mas o corvo também! Significa que Deus muda todo um contexto de coisas a fim de cumprir seus designos.

Isaías 43:13 “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?”

Há um detalhe curioso sobre os corvos que pouco é citado. Este animal é o único capaz de prever as intenções de outras criaturas. Ou seja, o corvo reage de modo muito semelhante aos homens e é guardião fiel  dos alimentos sob seus cuidados. Baseando-se nesse fator, podemos dizer que a provisão chegou até Elias, não através de um animal imundo, mas de um animal altamente capaz de guardar o pão e a carne para não deixar o profeta passar fome. Assim, temos:


  • Deus mudando o contexto natural das coisas para agir de modo sobrenatural.
  • Deus, utilizando dons inerentes como mensageiros de Sua vontade.
  • Deus amparando um servo de modo único que somente Ele poderia fazer.
  • Um homem no deserto, em estado de isolamento, sendo restaurado pelo amor, misericórdia e poder de um Deus surpreendente.


Interessante é perceber que no mesmo capítulo de I Reis 17, quando fala da provisão do corvo, há também a provisão da viúva pobre. Em qual dessas fontes de alimento eu e você nos apoiaríamos? Penso que seria bem difícil para alguém sem fé acreditar que elementos tão frágeis e estranhos pudessem saciar a fome e/ ou servir de bênção Divina, não é mesmo? Mas Elias era um homem que temia a Deus,  buscava Sua face. A força não estava em Elias, tão pouco nos recursos físicos, estava em Deus.

Salmo 105:4 - Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.

O corvo e a viúva pobre nos ensinam que mesmo na pior das situações não devemos nos desesperar. É possível que a tristeza nos alcance, assim como alcançou a Elias, mas Deus estará diariamente restaurando nossas forças, porque Ele é fiel. Assim como o corvo guardou aquele alimento em segurança, Deus em segurança nos mantêm. A maior alegria em servir a Deus, para mim, é justamente o fato de saber Quem é Deus. Apesar de indecifrável, Sua essência, revelada em Cristo Jesus nos concede segurança. Uma segurança que não é possível encontrar em qualquer outro lugar, pois ela não é física, mas espiritual.

O Deus de toda glória, de toda honra, sabe quem somos e conhece todas as nossas necessidades. Por isso, ao olharmos para a escassez desse mundo, dos recursos, dos relacionamentos e até mesmo da Igreja. Não desanimemos. Deus está a trabalhar e a agir acima de todo contexto natural a fim de guardar para si um povo que ama.

Deus o abençoe.


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