Assistir à “celebração” tumultuada dos
alunos logo depois da vitória do Campeonato de Basquete da NCAA pela
Universidade de Connecticut, em 2014, foi perturbador, para dizer o
mínimo. Ver jovens chutando os pára-brisas dos carros de polícia e pondo
fogo neles, enquanto as massas se comportavam como vândalos medievais
nas ruas, parecia um aviso direto das coisas que estavam por acontecer. O
relato de que o distúrbio foi, na verdade, planejado em vez de
espontâneo tornou ainda maior a preocupação.
Ainda pior é que o episódio não foi um incidente isolado. Tumultos
parecem ser as conseqüências menos evitáveis nestes dias de desordens e
quebradeiras logo após competições esportivas e outros acontecimentos
que atraem grandes multidões.
Por que tantos desta geração mais privilegiada e afluente desceram ao
que pode ser mais bem descrito como neopaganismo? Estes são os jovens
que governarão o país um dia – uma perspectiva que não é nada
tranqüilizadora.
Conduta desordeira temporária ou caos futuro?
Alguns afirmam que esses jovens desordeiros, como aqueles das
gerações que vieram antes deles, superarão suas tendências de ceder aos
seus impulsos mais básicos e amadurecerão, tornando-se cidadãos
modelares. Mas existe um problema: nossa cultura mudou.
Anteriormente, nossa sociedade estava enraizada na moral, na ética e
no comportamento padrão judaico-cristãos. Infelizmente, a norma está em
colapso. Forças radicais estão ganhando poder e têm a intenção de
“transformar” o mundo em um ambiente anti-Deus que desdenha e rejeita
tudo o que dirigiu, limitou e guiou o bom rumo no passado. Tão intensa é
esta mentalidade revoltosa, que está travando uma guerra contra tudo o
que é cristão.
É lógico que esta situação não é nada nova. Milhares de anos atrás,
ela frustrou israelitas piedosos e profetas do Antigo Testamento.
Habacuque reclamou:
“Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me
escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás??Por que me mostras a
iniqüidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência
estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita.?Por esta
causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta, porque o
perverso cerca o justo, a justiça é torcida” (Hc 1.2-4).
Nos dias de Habacuque, o estado de coisas nacional havia virado de
cabeça para baixo. Um novo e radical padrão de moral e de “correção
política” havia varrido aquilo que tinha feito de Israel uma luz
singular entre as nações. Era mudança por amor à mudança – deliberada e
agressiva. Mas houve um elemento não previsto na alteração das coisas: o
preço inevitável que uma sociedade paga por sua revolução para eliminar
Deus.
Religião high-tech
Em qualquer época que as pessoas tentam derrubar Deus da vida
nacional, elas encontram um substituto patético para preencher o vazio.
Nos dias da Antigüidade, eram ídolos esculpidos por mãos humanas –
produtos da invenção do próprio homem. A terra e o ambiente, criaturas,
corpos celestiais, ancestrais e o “eu” são algumas de uma lista quase
que inesgotável de coisas que as pessoas adoram em vez de Deus. No clima
atual, a ciência e a tecnologia estão em voga.
Ninguém duvida que a tecnologia esteja mudando profundamente nosso
jeito de viver. Muitos avanços tecnológicos são inquestionavelmente
benéficos. Entretanto, existe um lado negativo na paixão pela
parafernália eletrônica que está rapidamente se tornando a grande
distração desta era. O florescente vício pela ciência e tecnologia, como
deuses gêmeos do secularismo revolucionário, está alterando o mundo.
Por exemplo, nossas instituições culturais e educacionais têm
consagrado a evolução como fato científico. Aqueles que discordam,
independentemente de suas credenciais, são descartados como extremistas e
tolos. Na verdade, evolução é fé, não fato. No entanto, ela foi
estabelecida como a resposta ungida para a criação do Universo. Aqueles
que crêem nela escarnecem da crença em Deus e impõem um ateísmo
pseudocientífico às gerações que estão chegando.
A conseqüência é um vazio moral, espiritual e social que deixa a
humanidade por sua própria conta, sem uma bússola para o direcionamento e
para uma conduta regulada. E quando não existe nenhum poder superior
reconhecido, todos se tornam um poder em si mesmos, abrindo as portas
para conceitos tais com ética situacional, na qual cada indivíduo decide
o que é certo e o que é errado de acordo com suas preferências
pessoais.
Negar a Deus também altera o que a sociedade julga aceitável. Sem
Deus, satisfazer os apetites individuais (não importa quão perversos ou
cruéis para os outros) é um comportamento adequado. Uma estatística
persuasiva ilustra os extremos do fenômeno: o site www.LiveNews.com
reportou o seguinte: “A entidade National Right to Life calcula que
houve mais que 56 milhões de abortos desde 1973”, quando a Suprema Corte
dos Estados Unidos legalizou a interrupção da gravidez no processo Roe
vs. Wade.[1]
Uma mudança calamitosa está ocorrendo. Cada vez mais pessoas estão
rejeitando a Deus e à Bíblia e ridicularizando constantemente os
cristãos que crêem nas Escrituras. Talvez mais ameaçadoras sejam as
estatísticas que indicam que a maioria dos que nasceram entre 1980 e o
início do novo milênio (a grosso modo, pessoas entre 15 e 35 anos, que
são ávidas por inovações) não freqüentam igrejas nem crêem em Deus. Se
esta condição prevalecer, e se tornar um padrão, os resultados serão
catastróficos.
A verdade, entretanto, é que, embora a sociedade tente se vacinar
contra a fé, ela não consegue remover a realidade de Deus. Suas leis
divinamente cunhadas e imutáveis prevalecerão. E embora a reação, a
rebelião e as batalhas totais contra Ele estejam na moda, o Senhor do
Universo vai fazer as coisas à Sua maneira. Ele já demonstrou este fato
repetidas vezes durante os milênios da história da humanidade no planeta
Terra.
No final, os esforços da humanidade para excluír Deus são tão fúteis
quanto a busca do delirante Dom Quixote, personagem fictício de Miguel
de Cervantes, que perdeu seu tempo contendendo com os moinhos de vento,
pensando que estes fossem gigantes.
No mundo da verdade, Saulo de Tarso (mais tarde denominado o apóstolo
Paulo) percebeu que sua busca por destruir a incipiente Igreja de Deus
não resultou em nada; foi como dar chutes contra os aguilhões, como o
próprio Cristo lhe disse (At 26.14). Era uma empreitada inútil. O
encontro de Paulo, 2.000 anos atrás, com o Salvador ressuscitado, na
estrada para Damasco, foi uma antecipação das experiências de milhões e
milhões de pessoas que seriam transformadas por meio de um encontro
pessoal com Jesus Cristo.
Nunca fora de contato
A Bíblia nunca está fora de moda nem fora do contato com a realidade.
Tampouco é um mito ou uma lenda, ou, como alguns a vêem, uma muleta
para os fracos e intelectualmente prejudicados. Como disse Paulo: “A palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1Co 1.18).
A Bíblia é a verdade. De fato, ela tem estado muito adiante dos
tempos em toda a história. O que a tecnologia consegue realizar hoje
cumpre com o que a Bíblia predisse milhares de anos atrás.
Por exemplo, o Livro do Apocalipse afirma, sem equívoco, que duas
testemunhas serão assassinadas nas ruas de Jerusalém durante a futura
Grande Tribulação, e elas serão vistas em todo o mundo (Ap 11.9).
Durante séculos, escarnecedores caçoaram dessa profecia. Dois homens,
mortos por três dias, vistos pelo povo do mundo inteiro? “Ridículo!”,
diziam eles. A moderna tecnologia já provou que não há nada de ridículo
nisto.
Em Apocalipse 13, somos informados que uma imagem será construída com
habilidade de falar e maravilhar o povo reunido diante dela (v.15).
Como uma imagem feita por mãos de homens poderia proferir ordens e fazer
com que multidões se curvassem diante dela em adulação? Para muitos,
isso se assemelhava a ficção cientifica. Todavia, a tecnologia tem
superado os pessimistas. O desenvolvimento de robôs que fazem tudo,
desde vender produtos até esfregar o chão das cozinhas, torna o
argumento irrelevante.
Verdade seja dita, muitos desenvolvimentos tecnológicos modernos
confirmam, e não repudiam, a exatidão da Bíblia. As Escrituras
proféticas, escritas há muito tempo, estão saltando para a vida em
nossos dias como testemunhas irrevogáveis dAquele cujos pensamentos são
mais altos que os nossos (Is 55.8-9). Sua mão move a história e Seu
Livro dá instrução e informação ao homem finito e mortal.
Ignorar a Escritura não é apenas fútil, mas, no final, é fatal.
Nossos púlpitos deveriam tornar as Escrituras conhecidas, sem desculpas,
nem medo, nem intimidação. Há esperança! E essa esperança jamais será
extinta, não importa quão feroz ou determinada seja a oposição. A boa
notícia é que nossa esperança não está em fórmulas ou obras da mente ou
das mãos, feitas por homens. Nossa esperança está na Pessoa que dá paz
sem preço por meio do sacrifício de Seu Filho, Jesus. (Elwood McQuaid — Israel My Glory — Chamada.com.br)
Nota:
- Randy O’Bannon, “56,662,169 Abortions in America Since Roe vs. Wade in 1973” [56.662.169 abortos na América desde o caso Roe vs. Wade, em 1973], ?www.LiveNews.com, 12 de janeiro de 2014, www.lifenews.com/2014/01/12/56662169-abortions-in-america-since-roe-vs-wade-in-1973.
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/religiao_tecnologia.html
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