“Com a tecnologia, podemos mudar o mundo”.
Eu estava sentado em uma sala de exames no Hospital da Universidade da
Pennsylvania, em Filadélfia, ouvindo meu oncologista falando sobre “os
projéteis mágicos” e os novos medicamentos que, segundo os cientistas
acreditam, podem erradicar muitas formas de câncer. “Você provavelmente
não vai morrer por causa deste tipo de câncer”, disse-me ele. “Já
chegamos tão longe e tão rapidamente que os tratamentos que você fez
estão ficando obsoletos”.
Certamente era uma boa notícia para mim. Embora muito feliz com esse
prognóstico, não pude deixar de sentir que talvez a visão de mundo do
meu médico depositava demasiada fé na ciência.
Atualmente, muitas pessoas crêem que o conhecimento pode salvar o
mundo. Elas acham que a ciência e a tecnologia podem vencer a
enfermidade, estabilizar a economia, preservar nossos recursos naturais,
estocar suprimentos de alimentos e até mesmo abolir os conflitos entre
as nações e as facções religiosas. Segundo o que dizem, estamos apenas a
umas meras descobertas de distância da resolução de todos os problemas
do universo.
De acordo com esta visão de mundo, tudo o que a humanidade precisa
para obter a Utopia na Terra pode ser gerado por sábios em tecnologia e
cientistas, pessoas com um espírito de “podemos fazer”, que acreditam
que, se você é capaz de sonhar, é capaz de realizar. Portanto, quem
precisa de Deus?
Em vez de adorarem o Criador, eles adoram o trabalho tecnológico de
suas próprias mãos. Essa filosofia pode muito bem se tornar o verdadeiro
centro da mensagem a ser pregada durante a futura Tribulação de sete
anos.
A besta tecno vem aí
Duas bestas distintas aparecem em Apocalipse 13. João, o apóstolo, escreveu:
“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças
e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de
blasfêmia. (...) Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois
chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão” (v.1,11).
A besta que emergiu do mar é o pseudo-messias, o Anticristo. Seu
surgimento do mar provavelmente significa que ele vem do mundo
gentílico. O Dr. David Jeremiah, professor de Bíblia, explica: “No
imaginário bíblico, o mar significa a massa em geral da humanidade, ou,
mais especificamente, as nações gentias”.[1]
A segunda besta é o Falso Profeta. Seu advento, emergindo da terra,
contrasta-o com a besta que emerge do mar e pode significar que ele é
judeu. J. Hampton Keathley III, estudioso da Bíblia, disse que a terra
“pode simbolizar a nação de Israel, que é constantemente relacionada com
a terra nas Escrituras”.[2]
O trabalho do Falso Profeta é atrair adoração à primeira besta. O
desejo de Satanás é ser Deus (Is 14.12-14). Parece que, no futuro, seu
objetivo chegará perto de ser realizado. O Falso Profeta exercerá “toda
a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e
os seus habitantes adorem a primeira besta” (Ap 13.12). Ele seduzirá “os
que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado
executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que
façam uma imagem à besta” [o Anticristo] (v.14). Depois, lhe é dado “comunicar
fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda
fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta” (v.15).
Este feito será realizado através de meios únicos, singulares.
Em 1964, Walt Disney desvendou uma maravilha tecnológica na Feira
Mundial de Nova Iorque. Era uma representação de Abraão Lincoln que se
movia, falava, e, até mesmo, estava sentado e ficou em pé. Disney chamou
essa nova forma de animação de Audio-Animatronics. O homem havia
encontrado uma maneira de fazer um objeto inanimado se mover, falar e
exibir expressões faciais, usando uma forma especial de robótica.
Hoje, na Walt Disney World e na Disneylândia, podemos ver todos os
tipos de objetos inanimados, feitos pelo homem, milagrosamente receberem
vida através da Audio-Animatronics. Ainda resta-nos ver até onde a
tecnologia avançará antes que venha o tempo em que a realista e
convincente imagem da besta fará sua entrada no palco dos
acontecimentos.
A imagem é reminiscente da estátua gigantesca erigida pelo rei
Nabucodonosor, da Babilônia, descrita em Daniel 3. Nabucodonosor deu
ordens para que todos se ajoelhassem diante da imagem ou morreriam. Esta
efígie futura irá um passo adiante: Parecerá viva. O Falso Profeta
iludirá grande parte da humanidade a crer que ele tem poder para criar
vida. É um milagre, ou é ciência e tecnologia?