Ainda não posso acreditar que dormi demais
e perdi a hora na manhã do Dia de Natal. Não acredito que uma criança
de oito anos de idade seria capaz de dormir demais na manhã de Natal. Vi
meu pai sentado perto da árvore de Natal, com os olhos brilhantes por
causa da expectativa. Desci correndo os degraus e vi o presente pela
primeira vez. Era o melhor presente de Natal que eu já havia ganhado –
um caminhão de bombeiros com uma escada de um metro de comprimento, que
ia para baixo e para cima. Até hoje, não creio que alguma criança tenha
tido mais prazer por ganhar um caminhão de bombeiros como aquele do que
eu.
A história do Natal trata de um presente, mas um presente muito mais
importante e duradouro do que qualquer coisa que se possa encontrar
debaixo da árvore de Natal. É a história do maior presente que já foi
dado à humanidade. Com base em Seu imenso amor, Deus deu ao mundo um
Salvador há mais de 2.000 anos. O Natal é a celebração da vinda de
Jesus, o Messias, à Terra. Ele veio a um mundo escuro e pecaminoso “como a luz que brilha nas trevas” (Jo 1.5).
Seu nascimento em Belém foi predito pelo profeta Miquéias 700 anos
antes (Mq 5.2). Belém, de fato, data de muito tempo antes disso na
história judaica. Foi ali que o patriarca Jacó sepultou sua esposa
Raquel (Gn 35.19). Ali foi a cidade de Noemi, citada no livro de Rute
(Rt 1.19), e ali Davi foi ungido rei sobre todo o Israel (1Sm 16.4-13).
Nos dias de Jesus, Belém era um pequeno vilarejo cerca de 8
quilômetros ao sul de Jerusalém. A palavra hebraica para Belém significa
“casa do pão”. O mundo recebeu seu maior presente quando Jesus, “o pão da vida” (Jo 6.35) nasceu na “casa do pão”.
O relato do nascimento de Jesus é encontrado no Evangelho de Lucas:
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto,
convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o
primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da
Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também
subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, para a Judéia, à cidade de Davi,
chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de
alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Estando eles ali,
aconteceu completarem-se-lhe os dias” (Lc 2.1-6).
Aqueles foram dias difíceis em Israel. Sob a pesada opressão do
governo romano, os cidadãos judeus estavam pagando impostos cada vez
mais altos para apoiar os exércitos, as estradas e os projetos de
construção do Império Romano. Certamente que, quando José e Maria
fizeram a árdua caminhada de cerca de 150 quilômetros, eles viram grupos
de soldados romanos ao longo do caminho que lhes fizeram lembrar da
ocupação de seu país.
Incapazes de obter alojamento na pequena cidade, que estava lotada de
visitantes devido ao recenseamento, eles encontraram refúgio em um
humilde estábulo onde Maria deu à luz o herdeiro do trono de Davi. Eles
lhe deram o nome de Jesus, como o anjo lhes havia dito enquanto ainda
estavam em Nazaré: “E lhe porás o nome de Jesus [em hebraico, Yeshua], porque ele salvará [em hebraico, yoshea] o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21).
Maria colocou seu filho recém-nascido em uma manjedoura (Lc 2.7), a
qual provavelmente era um cocho para alimentos dos animais. Aquele que
alimentaria as multidões, foi colocado em um lugar usado para alimentar
animais.
Nas vastas trevas das colinas que cercavam Belém, os pastores em um
campo próximo estavam guardando suas ovelhas. Subitamente, os céus
ficaram iluminados. Depois de 400 anos de silêncio, Deus falou ao Seu
povo naquela noite, usando um anjo para proclamar o nascimento do
Salvador: “É que hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
A luz aumentou à medida que o anjo se reuniu a uma miríade de anjos
que estavam adorando a Deus. Os pastores se apressaram na ida para
Belém, onde encontraram a Criança e Seus pais, exatamente como lhes
havia sido dito. Eles saíram anunciando as boas-novas de que o Messias
havia nascido.
Deus também estava trabalhando fora da terra de Israel. Ele colocou
uma estrela especial no céu, que guiava as pessoas ao Seu Filho:
“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do Rei Herodes,
eis que vieram uns magos do oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde
está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no
Oriente, e viemos para adorá-lo” (Mt 2.1-2).
Herodes não nasceu “rei”. Ele havia sido designado rei da Judéia por
Roma, e governava sobre o povo judeu. Ele sentiu-se ameaçado pela
revelação dos sábios. Conhecido por ser um diplomata sutil e talentoso,
bem como por ser completamente tresloucado, Herodes perguntou aos
estudiosos das Escrituras hebraicas onde o Messias haveria de nascer.
Quando soube que seria em Belém, disfarçadamente disse aos sábios para
encontrarem a Criança e: “quando a tiverdes encontrado, avisai-me para eu também ir adorá-lo” (v.8).
A estrela os levou à Criança. Mas, em obediência a uma revelação
vinda de Deus através de um sonho, os sábios tomaram uma rota diferente e
voltaram para casa, evitando Herodes. Em um acesso de raiva, este
ordenou que todos os meninos de dois anos para baixo em Belém fossem
mortos. Sem que Herodes soubesse, Deus avisou a José que fugisse para o
Egito, onde Jesus estaria a salvo do tirano. Depois que Herodes morreu,
José, Maria e Jesus voltaram para Israel. Deus havia protegido Seu
Filho, por meio de quem Ele planejava abençoar o mundo.
A história do Natal é um relato sobre o notável amor de Deus pela
humanidade. Em amor, Ele trouxe José e Maria exatamente ao lugar certo,
exatamente no momento certo. Em amor, Ele proporcionou exatamente o
lugar certo para Jesus nascer; e, em amor, Ele preservou a vida de
Jesus.
Em amor, Ele também revelou o nascimento aos pastores e aos homens
sábios e proclamou Seu amor por meio dos anjos. Em Seu amor pela
humanidade, Deus tem preservado a história do nascimento do Messias por
mais de 2.000 anos. E, em amor, Ele dá o presente [ou o dom] da vida
eterna a todo aquele que se arrepende de seus pecados, deixa de confiar
nas boas obras e vem a Jesus para pedir perdão: “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6.37).
Disse Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha
palavra, e crê naquele que me enviou, não entra em juízo, mas passou da
morte para a vida” (Jo 5.24).
Ano após ano, meus pais me davam muitos presentes. O caminhão de
bombeiros foi o brinquedo que lembro ter ganho quando ainda era muito
pequeno. Finalmente, ele perdeu seu atrativo. A pintura ficou desbotada,
e a escada já não subia e descia mais. Um dia, ele foi jogado fora.
Nada jamais diminuirá o glorioso dom que Deus deu à humanidade em
Jesus Cristo. Um dia, o Bebê nascido em uma manjedoura retornará à
Terra. Mas, nessa ocasião, Ele será o Rei dos reis e o Senhor dos
senhores – o Messias de Israel, que reina e governa. Todo joelho se
dobrará e toda língua confessará “que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fp 2.11). (Robert M. Stahler — Israel My Glory — Chamada.com.br)
fonte: http://www.chamada.com.br/mensagens/maior_presentes_de_todos.html
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