A grande pergunta da humanidade após as tragédias é esta: “onde está
Deus?”. “Como o Criador pode permitir o sofrimento de suas criaturas
amadas, sendo poderoso o suficiente para evitar a dor?”. “Será que Deus
nos ama de verdade ou não teria Ele todo o poder?”.
A criança na foto acima, de dezembro de 2014, é Adi Hudea. Seu pai
morreu nos bombardeios da guerra síria, da qual Adi é uma refugiada.
Quando um fotógrafo turco se aproximou, a menina levantou as mãos em
rendição, acreditando que a câmera fosse uma arma.
Quem é o responsável pelo sentimento de terror que fez essa criança de
quatro anos experimentar a consciência e o gosto da morte e erguer os
braços, mesmo que seus frágeis punhos não possam oferecer risco algum a
quem quer que seja? Será Deus?
A humanidade se orgulha da tecnologia que nos facilita a vida, dos jatos
supersônicos que nos fazem imparáveis e da ciência capaz até de prever o
futuro. Porém, quando colhemos os frutos de nossa própria ganância, má
utilização de recursos naturais, desigualdade social, sede por poder e
riquezas, vaidade, cobiça, egoísmo, impiedade, maldade e obstinação,
tudo isso acumulado ao longo de milhares de anos, culpamos a Deus.
Definitivamente, quem detonou a bomba que matou o pai de Adi não foi Deus. Quem apresentou à garota uma arma de fogo e um campo minado também não foi Deus.
Considerar Adi uma vítima de Deus é não reconhecer que ela é vítima da
própria humanidade que a gerou. A mesma humanidade que dá de ombros para
os conselhos e a vontade de Deus, lembrando-se dEle, em tantas vezes,
apenas à beira da morte.
O mundo rejeita o amor de Deus e espera, em momentos críticos, um
milagre dEle. O filho de Deus ensinou e viveu um novo modelo de
humanidade: o de amar a Deus e ao próximo. Este é o milagre a ser vivido
no dia-a-dia: o que nos faz capazes de nos movermos de nossas zonas de
preguiça, ócio e bem-estar (ou mesmo aflição e dor) para socorrermos
pobres, doentes, inválidos e desesperançados, morem eles na Síria ou na
casa ao lado. Essa é a consciência de que somos “um” enquanto humanidade
e que o sofrimento de um deveria ser o de todos.
Quando um idoso disputa comida com abutres em um lixão, um barraco
despenca riacho abaixo em tempos de chuva ou uma grávida morre à espera
de ambulância para levar ao hospital, é Deus quem pergunta: ONDE ESTÁ
VOCÊ? Onde está a comida que você desperdiça? Onde está o quarto vazio
de sua casa? Onde está o seu carro, adornado com o adesivo “a serviço do
Rei Jesus?”.
A resposta de Deus para o sofrimento humano não é “o milagre”, mas uma
pergunta: “onde está você?”. A verdadeira resposta é quando eu e você,
em amor e imitação a Ele, não nos cansamos de nos mover em direção aos
sofrimentos dos que nos cercam, mesmo que os nossos sejam maiores. Até
que um dia, quem sabe, Adi Hudea seja capaz de distinguir uma câmera de
uma arma.
Por Edilson de Holanda via PIB Fortaleza- CE
fonte:http://www.atendanarocha.com/2015/06/deus-pergunta-onde-esta-voce.html#more
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