Vamos analisar e um assunto da máxima
importância, que é a crescente popularidade de um fenômeno que pode ser
chamado de possessão espiritual voluntária ou "canalização". Os
canalizadores afirmam que um espírito entra realmente em seus corpos e
"guia" ou transmite mensagens através deles. A questão-chave é esta:
quem ou o que são exatamente esses espíritos-guias?
Muitas idéias, algumas até bem estranhas, têm sido consideradas.
Serão eles alucinações dos mentalmente instáveis, como dizem os médicos?
Fazem parte da mente inconsciente que todos temos, de acordo com alguns
psicólogos? Ou são criaturas do futuro, ou ainda, procedentes de
civilizações espaciais distantes, como tem sido afirmado por certos
cientistas? Serão reflexos de um aspecto divino do homem – um Eu "maior"
que está agora surgindo como parte de um salto grandioso na evolução
espiritual da humanidade, segundo alguns líderes religiosos? Serão seres
espirituais genuínos, tais como "anjos", ou mortos, ou os "deuses" e
espíritos da natureza de várias tradições religiosas, como dizem os
canalizadores?
Ou serão uma categoria inteiramente diferente de "seres" – os demônios mencionados na Bíblia?
O ponto de vista bíblico raramente é examinado pelos estudiosos dos
fenômenos psíquicos. O parapsicólogo (pessoa que estuda
"cientificamente" o mundo oculto) Alan Gauld se recusa sequer a discutir
a teoria dos demônios, porque diz que ela é "agora tão raramente
proposta que não irei considerá-la de forma alguma".1 É de se esperar
que os envolvidos no estudo da canalização tenham um preconceito natural
contra a crença na teoria dos demônios, porque isso os implicaria num
ponto de vista desdenhado pelos seus companheiros.
Não obstante, se alguém procura uma teoria para explicar todos os
fatos, a teoria dos demônios não pode ser ignorada, quer lhe seja ou não
pessoalmente atrativa. Até William James, um dos grandes pioneiros da
psicologia ocidental, declarou certa vez durante suas investigações da
canalização (então chamada de "mediunidade"):
A recusa do "iluminismo" moderno em tratar a "possessão" como uma
hipótese a ser considerada pelo menos plausível, apesar de ter a seu
favor uma vasta tradição baseada em experiências humanas concretas,
sempre me pareceu um exemplo curioso da força dos modismos nas coisas
"científicas". Que a teoria dos demônios (i. e., espíritos malignos) irá
novamente predominar é para mim absolutamente certo. A pessoa precisa
ser mesmo "científica", para ser tão cega e ignorante a ponto de não
suspeitar de tal possibilidade.
Assim sendo, se houver a mínima possibilidade desses espíritos serem
demônios, o leitor deve ficar de sobreaviso. Se for provável que o
sejam, a questão do envolvimento com eles é evidente. Convidamos o
leitor a examinar as evidências lógicas que tem levado muitos outros,
além de nós, a concluir que os espíritos da canalização não são quem
afirmam ser.
Por que uma prática do ocultismo da antigüidade é tão excitante e atraente para os homens modernos do século vinte, inclusive os céticos?
As pessoas têm hoje uma grande necessidade de encontrar um
significado para a vida. Elas descobriram, muitas vezes de modo
doloroso, que ele não pode ser achado numa visão exclusivamente material
da realidade. Até mesmo os céticos desejam saber as respostas para
perguntas como: "Quem sou?", "Por que estou aqui?" e "O que acontece
quando a pessoa morre?". Quer admitam ou não, a idéia da vida não passar
de alguns anos de sofrimento e prazer, substituídos pela não-existência
eterna, aterroriza a muitos. Os homens sabem que são mais do que o
produto final da combinação casual de átomos de hidrogênio. Eles estão
claramente procurando respostas.
O homem moderno vê a canalização como uma prova das respostas mais
profundas para a vida. A canalização parece responder às indagações
sobre a natureza da realidade (é espiritual?), a natureza da morte (é o
fim?), a natureza do potencial humano (é ilimitado?), e a natureza do
"eu" (é divino?). Desse modo, a canalização é poderosamente persuasiva,
alegando ter acesso ao próprio mundo dos espíritos, o qual pode suprir
as respostas. Os espíritos estão dando informações que enganam os
homens, fazendo-os pensar que estão em contato com pessoas que viveram
na terra, morreram e agora vivem felizes na vida do além. Os espíritos
afirmam que através da morte eles encontraram as respostas para a vida e
o conhecimento de que todos os homens viverão para sempre. Os espíritos
alegam falar com autoridade sobre a natureza de Deus, o propósito da
vida e o que acontece por ocasião da morte. Eles afirmam não haver
inferno e que Deus e o céu não são como a Bíblia diz.
A canalização oferece, portanto, uma resposta falsa para a
necessidade de experiências religiosas do homem moderno. Ele é
enganosamente levado a pensar que tal contato com os espíritos dá
sentido à sua vida e ameniza o seu medo da morte.
Pense por um momento no que se passa na mente de uma pessoa que tem
uma experiência espírita impressionante. É como um cego que
repentinamente recupera a visão. No mesmo instante, tudo muda à medida
que ela vê um novo mundo de grandes maravilhas esperando para ser
explorado. Da mesma forma, aqueles que encontram o que acreditam ser
espíritos verdadeiros dos mortos pensam que a morte não é mais o fim, o
momento de perda absoluta, mas simplesmente o começo de uma existência
nova e jubilosa, cheia de possibilidades ilimitadas. As pessoas são
enganadas para pensar que não há um inferno com o qual preocupar-se, mas
só o potencial do aperfeiçoamento infinito. Os espíritos fazem mais que
persuadir; eles exercem grande poder sobre a mente e o coração dos
homens. Esse é o encanto da canalização.
O que a Bíblia diz sobre a canalização?
A primeira incidência histórica da canalização foi registrada na
Bíblia em Gênesis capítulo 3. Lá no Jardim do Éden, o diabo usou a
serpente como um "canal" para enganar Eva (Gn 3.1-5; 2 Co 11.3; Ap
12.9). Através da canalização, o diabo levou o homem a duvidar de Deus,
com graves conseqüências. Significativamente, há razões importantes para
crer que a realidade básica da canalização sugerida aqui jamais se
alterou no que se refere: (1) à origem (o diabo ou demônios); (2) ao seu
resultado (ilusão espiritual que destrói a confiança em Deus); e (3) às
suas conseqüências (juízo divino; Gn 3.13-19; Dt 18-9-13). A
canalização é, pois, condenada pela Bíblia como uma prática maligna
diante de Deus. Ela é rejeitada por ser uma forma de espiritismo que
envolve contato com demônios e a divulgação dos seus falsos
ensinamentos.
A Bíblia ensina igualmente que "nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios" (1 Tm 4.1). Os
ensinamentos espíritas deturpam a natureza de Deus, mentem sobre Cristo
e distorcem o caminho da salvação. Os que confiam nas doutrinas
espíritas enfrentam o juízo da morte. Sob a autoridade do próprio
Cristo, descobrimos que o inferno é um lugar real (Mt 25.46; Lc
16.19-31). Os demônios que asseguram aos homens que o pecado não é real e
o inferno não existe, promovem a ruína eterna dos que confiam neles.
A Bíblia instrui os homens a rejeitarem toda sorte de espiritismo por
ser algo maligno e um contato com espíritos mentirosos. A canalização é
uma forma de guerra espiritual, pondo em risco as almas dos homens (2
Co 4.4). Essa é a razão pela qual tanto a canalização quanto seguir os
ensinos dos canalizadores é condenado nas Escrituras como rebelião
contra Deus e se expor ao juízo divino. Um exemplo disso é o rei
Manassés de Judá no antigo Israel. "Ele praticou a feitiçaria, usou a
adivinhação, praticou a magia e tratou com médiuns e espíritas, fazendo o
que era mau perante o Senhor, provocando-Lhe a ira" (2 Cr 33.2-6,
tradução livre). Da mesma forma, em Deuteronômio 18.9-12, Deus adverte o
Seu povo: "Não se achará entre vocês quem faça adivinhações, pratique a
feitiçaria, que seja espírita, ou invoque os mortos; pois, todo aquele
que faz essas coisas é abominável ao Senhor..." (tradução livre). A
frase "que seja espírita" condena claramente todos os aspectos da
canalização. (John Ankerberg e John Weldon - http://www.chamada.com.br)
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/espiritos_guias.html
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