Tim LaHaye
Por mais que se tente enfatizar, não é
possível supervalorizar a importância da profecia do Sermão do Monte das
Oliveiras. Além de ter sido o próprio Senhor Jesus que a transmitiu, o
fato de ela ter sido mencionada detalhadamente nos três primeiros
Evangelhos e não no Evangelho do apóstolo João é digno de nota. Os
discípulos que insistiram para que o Senhor respondesse suas duas
perguntas já haviam sido levados para o céu pelo menos cinqüenta anos
antes que João escrevesse o Evangelho que leva seu nome. Eles
perguntaram: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século” (Mt 24.3). Jesus, que conhece o final desde o início, respondeu: “Aprendei, pois, a parábola da figueira” (Mt 24.32).
Sobre isto já apontei, com base em três profetas do Antigo Testamento,
que “a figueira”, quando usada simbolicamente, significa a nação de
Israel. Obviamente, então, o sinal da volta do Senhor para arrebatar Sua
igreja seria o ajuntamento de Israel de todas as partes do mundo para
sua Terra Santa, terra que lhe foi divinamente designada. A pergunta foi
respondida.
Isso não seria um acontecimento único, como alguns pensaram que seria
quando da Primeira Guerra Mundial, mas um processo de acontecimentos
que levaram àquela guerra e a outras guerras subseqüentes, inclusive o
reconhecimento de Israel pelo mundo como uma nação soberana em 1948, e
até ao dia de hoje, mesmo em “tempos difíceis”. Na verdade, o gráfico de
profecias em que posso confiar mais intensamente, dentre o arsenal de
gráficos bíblicos sobre eventos futuros que tenho, baseia-se no Sermão
do Monte das Oliveiras, o qual considero o esboço de profecias mais
importante de toda a Escritura. A própria existência de Israel nos
tempos atuais já é um milagre notável. Que eles tenham sobrevivido ao
incrível ódio dos muçulmanos radicais simplesmente por causa de sua
presença e que tenham sido livrados de inimigos tão poderosos, que
tentaram destruí-los pelo menos por cinco vezes, são verdadeiramente
outros milagres.
A própria existência de Israel nos tempos atuais já é um milagre notável.
O que quero analisar aqui é a fantástica admoestação que Jesus fez
aos discípulos e a nós na introdução dessa maravilhosa profecia sobre os
Últimos Dias. “Vede que ninguém vos engane. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos”.
De fato, Jesus não foi o único que advertiu que o engano satânico
surgiria próximo da época em que Ele deveria retornar. Alguns, nos
primeiros tempos do cristianismo, eram ativos em enganar os outros – os
discípulos Pedro e Paulo, em várias ocasiões, João e também Judas, em
seu pequeno livro, fizeram as mesmas advertências. Pois, como Pedro e
Tiago disseram, “o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”.
Fica claro, através da Bíblia, que Satanás está ativo no engano; isto
é, o que ele faz é enganar as pessoas sobre quem foi Jesus Cristo e
sobre o que Ele fez, e tal engano irá aumentar nos tempos do fim, sendo
um dos sinais do Final dos Tempos.
Foi Judas, o servo de Jesus Cristo [por amor] e irmão de Tiago, o que
significa que ele era meio-irmão do Senhor Jesus, quem disse aos
cristãos de todos os tempos e especialmente para aqueles que estivessem
vivendo nos últimos dias:
“Amados, quando empregava toda diligência em escrever-vos acerca
da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me
convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez
por todas foi entregue aos santos. Pois, certos indivíduos se
introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram
antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que
transformam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único
Soberano e Senhor, Jesus Cristo. Quero, pois, lembrar-vos, embora já
estejais cientes de tudo de uma vez por todas, que o Senhor, tendo
libertado um povo tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que
não creram” (Jd 3-5).
Não devemos nos tornar litigiosos na fé, mas devemos batalhar pela fé
Este, que se autodenominou “servo de Jesus Cristo” [por
amor], cheio do Espírito Santo, enviou uma mensagem especial aos
cristãos de todas as épocas, mas particularmente a nós, que temos todos
os motivos, baseados na profecia bíblica, para crer que podemos ser o
povo que está vivendo imediatamente antes dos Últimos Dias. Podemos
tomar essa admoestação para nossa geração de cristãos: “Senti-me obrigado a exortar-vos a batalhardes diligentemente pela fé”.
Este é o objetivo que deveríamos ter nestes dias: batalharmos pela fé
que uma vez por todas foi entregue aos santos. O Dr. Ironsides, da
renomada Igreja Moody em Chicago, costumava dizer: “Não devemos nos
tornar litigiosos na fé, mas devemos batalhar pela fé”.
Você acredita que essa exortação foi dada antes do final do primeiro
século do cristianismo? Minha leitura sobre a história da igreja
primitiva revela que Satanás havia começado, mesmo antes da morte do
apóstolo João, com mais de 90 anos de idade, a heresia pagã do
gnosticismo, que ensina que Jesus não era um homem no sentido literal da
palavra. “Ele era um homem-espírito”. No livro que escrevi juntamente
com Jerry Jenkins, John’s Story: The Last Eye Witness [A
História de João: A Última Testemunha Ocular], contamos a verdadeira
história de João e um de seus jovens alunos. Eles ouviram a voz, em alto
som, de um pregador de rua gnóstico do século I anunciando na praça da
cidade que Jesus de Nazaré não havia feito os milagres que Seus
discípulos falavam que Ele tinha realizado, nem havia restaurado a vista
aos cegos, nem ressuscitado mortos. Isto encheu de ira o idoso apóstolo
de tal maneira que ele enfrentou esse servo de Satanás, gritando para
ele na praça e dizendo que ele estava errado. João, o apóstolo, estava
lá e viu Jesus curar leprosos, ressuscitar mortos, e ele, pessoalmente,
viu Sua sepultura vazia no terceiro dia após ter morrido pelos pecados
do mundo. João também viu-O, durante Seus últimos quarenta dias na
terra, com outras testemunhas, pelo menos dez vezes. Na verdade, o idoso
João comeu peixe na praia do mar da Galiléia, quando Jesus
milagrosamente encontrou peixe onde os discípulos haviam pescado a noite
toda e não tinham apanhado nenhum.
Então, quando Policarpo, Inácio e outros dos seguidores dos
apóstolos, que Deus estava levantando para continuarem o testemunho da
ressurreição de Jesus, confrontaram João com o fato de que ele era a
“última testemunha ocular” da vida sobrenatural de Jesus, que provava
que Ele havia cumprido todas as profecias messiânicas sobre o Salvador,
ele estava pronto a aceitar o desafio. É por isso que encontramos no
Evangelho de João sete dos mais incríveis milagres que Jesus realizou em
seus três anos e meio de ministério, desde transformar a água em vinho
até ressuscitar mortos. Como se sabe, ninguém consegue ressuscitar
mortos a não ser Deus!
Então, o que temos em nosso texto de Judas é que os cristãos de todas
as eras – e particularmente aqueles que estiverem vivendo quando Israel
estiver sendo trazido de volta àquela nação para sempre – são
divinamente inspirados e desafiados a “batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos”. (Tim LaHaye — Pre-Trib Perspectives — Chamada.com.br)
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/batalhando_pela_fe.html
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