“Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8).
O brado “Allahu Akbar” é ouvido diariamente de todos os minaretes.
Normalmente a expressão é traduzida como “Alá é grande”. Na verdade, o
significado correto de “Allahu Akbar” – e este é o sentido que todos os
muçulmanos lhe dão – é: “Alá é maior”. Alá é maior que Yahweh (Javé),
Alá é maior que o Deus da Bíblia, Alá é maior que tudo. Não há nada que
chegue perto dele.
A declaração de fé muçulmana é: “Não há deus além de Alá e Maomé é o
seu profeta”. Do ponto de vista muçulmano, essa verdade é inabalável.
Por isso, fico muito espantado quando as mesmas pessoas que têm grandes
dificuldades com as declarações absolutas da Bíblia, e consideram
intolerantes, discriminatórias e fundamentalistas as afirmações de Jesus
(como:“Ninguém vem ao Pai senão por mim” – Jo 14.6), defendem
com veemência o direito dos islâmicos construirem mesquitas e minaretes
nos países ocidentais. Essas pessoas até acham que é um enriquecimento
cultural ouvir os muçulmanos gritando diariamente a sua própria
declaração absoluta: “Alá é maior!”. Diante de duas declarações
absolutas:
– do islã: elas não vêem nenhum problema.
– da Bíblia: elas a consideram discriminatória, sem opção para o diálogo.
Essa é uma perfeita demonstração da cegueira do mundo ocidental, dos políticos, de muitas igrejas e da sociedade!
Porém, nesta mensagem não pretendo falar do islã, mas usar a Epístola
aos Hebreus para mostrar quem realmente é maior. A Carta aos Hebreus
foi escrita primordialmente para judeus que haviam se tornado crentes em
Jesus e que O reconheceram como o Messias. Mas entre esses judeus havia
alguns que apenas acompanhavam os demais, que tinham sido tocados pelo
testemunho a respeito de Jesus, mas não tinham tomado uma clara decisão
pessoal.
E, então, essa epístola mostra enfaticamente: Jesus é maior! Maior do que tudo o que os judeus conheciam até aquele momento.
Jesus é maior
A Carta aos Hebreus faz algumas comparações para demonstrar com clareza que Jesus é maior que tudo.
Por exemplo, Jesus é maior que os anjos: “...tendo-se tornado tão
superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. Pois a
qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra
vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir
o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb
1.4-6).
Naquela época circulava um falso ensino que colocava Jesus no mesmo
nível que os anjos, e que chegava até mesmo a considerar o arcanjo
Miguel superior ao Messias esperado. E aqui a Palavra de Deus nos diz: “Ora,
a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu
ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés?” (v.13).
Jesus também foi maior que Moisés: “Por isso, santos irmãos, que
participais da vocação celestial, considerai atentamente o Apóstolo e
Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus, o qual é fiel àquele que o
constituiu, como também o era Moisés em toda a casa de Deus. Jesus,
todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés,
quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu” (Hb
3.1-3).
Para os judeus não havia ninguém maior e mais sublime que Moisés.
Então foi dito a eles: Jesus é maior que Moisés. Em outras palavras:
ninguém é maior que Jesus! Essa afirmação beira a provocação. Se hoje
você disser a um judeu ortodoxo que “Jesus é maior que Moisés”, trate de
ter certeza de que está usando bons calçados para corrida.
Mas o autor da Carta aos Hebreus – naturalmente inspirado por Deus –
não se importava com a reação que essa declaração geraria. A ele
importava proclamar a verdade. Um teólogo liberal, histórico-crítico,
aberto ao diálogo e de pensamento livre, certamente não tentaria
desagradar a ninguém. “Jesus é maior que Moisés – Ah!, não, não posso
escrever isso, os judeus vão se sentir excluídos. Jesus é maior que
Maomé – de jeito nenhum, isso só vai provocar os muçulmanos. Jesus é
maior que os anjos – pode ser, mas seria melhor expressar menos
absolutismo. Será suficiente escrever: Jesus é maior que os anjos, mas é
perfeitamente possível pensar de forma diferente a respeito”.
É claro que nossa intenção não é provocar, mas impedir que a verdade
seja silenciada. E isso inclui deixar claro para judeus, muçulmanos e
todas as outras pessoas: Jesus é maior! Essa é a verdade, e ninguém nos
impedirá de dizê-la, seja lá qual for a lei antidiscriminação que
estiver em vigor.
Jesus é maior que Arão, o maior sumo sacerdote de Israel: “Tendo,
pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou
os céus, conservemos firmes a nossa confissão” (Hb 4.14). Arão não
era um qualquer, mas o sumo sacerdote por excelência; instituído no
cargo pelo próprio Deus. Arão foi um homem de Deus e merece honra, assim
como Moisés. Mas, mesmo assim, ele tinha suas fraquezas, como afirma
Hebreus 7.28:“Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens
sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi posterior à
lei, constitui o Filho, perfeito para sempre”.
Jesus é maior, pois Jesus é o único Sumo Sacerdote que penetrou os céus sem pecado, e isso por toda eternidade.
Desprezo da graça
Esta lista de “Jesus é maior que...”, que na verdade é incompleta,
revela o que os hebreus abandonariam se voltassem para os rituais e
tradições do judaísmo. É exatamente desse problema que a Carta aos
Hebreus trata em alguns trechos. Os leitores judeus foram confrontados
com o Evangelho proclamado pelos apóstolos e pelos judeus crentes em
Jesus. Eles viam os sinais e milagres, a autoridade e o poder do
Espírito Santo que atuava nos apóstolos. A graça, a obra redentora do
Gólgota e toda a grandeza de Jesus Cristo eram retratadas diante de seus
olhos. E, de alguma forma eles conseguiam entender tudo isso – com a
mente – mas, infelizmente, não com o coração. De alguma maneira eles
criam, mas não colocavam a fé em prática. Iam às reuniões, participavam
delas. Mas alguns acabavam voltando atrás, e assim, como diz a Carta aos
Hebreus, calcam aos pés o Filho de Deus. Desprezaram a graça que havia
sido revelada em Jesus Cristo (Hb 10.29).
Esses judeus voltavam a considerar Moisés maior que Jesus. Colocavam
Arão, o sumo sacerdote de seus pais, novamente acima de Jesus, o único
verdadeiro e perfeito Sumo Sacerdote. Deixavam a verdade e abandonavam o
perfeito em favor do imperfeito. Que tragédia! Tinham experimentado a
verdade, ouviram da graça e da fé, tinham chegado tão perto e mesmo
assim voltaram a refugiar-se na imperfeita obra humana.
Esse comportamento é igual ao de um homem condenado com justiça e que
dá entrada a uma petição de indulto. Mas quando esse indulto está para
ser concedido, ele volta a reportar-se à lei que o condenara. Ele recusa
a graça de forma consciente.
“Marias-vão-com-as-outras”
Até hoje encontramos pessoas assim nas igrejas e reuniões; elas
experimentaram a graça e sabem muito bem o que Jesus realizou na cruz do
Gólgota. São cristãos que crêem e compreendem com o intelecto, que vão à
igreja e estão presentes em todas as programações cristãs. Mas não
colocaram em prática o seu conhecimento teórico, aquilo que
compreenderam com a mente. Só crêem com o entendimento, mas não com o
coração. São religiosos, até piedosos, mas não nascidos de novo. É a
esses seguidores que a Palavra adverte para que prestem atenção no que a
Escritura diz. São exortados a não somente ouvir, mas a internalizar a
Palavra, guardando-a, considerando-a e principalmente praticando-a (cf.
Hb 2.1).
Via de regra esses seguidores escolhem o caminho do menor esforço e
não chamam a atenção. Mas assim que enfrentam alguma oposição, a real
situação da sua fé é revelada. A mesma coisa acontecia com os hebreus
naquela época. Foram levados a um ponto em que tiveram de tomar uma
decisão muito clara: “Todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se
retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos
que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a
conservação da alma” (Hb 10.38-39).
Como fica a nossa fé quando somos submetidos a doenças e sofrimentos?
Recuamos, frustrados e desencorajados, ou bradamos em alta voz: “Jesus
ainda é maior”? Como fica a nossa igreja, se não pudermos mais nos
reunir livremente ou até mesmo sofrermos ameaças? O grupo baixará de 60
para 20 ou 10 participantes? Como eu fico se não puder mais pregar livre
e desembaraçadamente a Palavra de Deus? Será que vou continuar
anunciando:“Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21)? Ou será que vou preferir fazer palestras sobre a Branca de Neve e os sete anões?
Jesus é maior, não só quando estamos bem, mas principalmente quando a água chega ao pescoço (cf. Hb 3.14).
Jesus realizou o sacrifício completo
Vejamos agora alguns fatos que os destinatários da Carta aos Hebreus
também tiveram de encarar. O sacerdócio levítico, um componente
importante da Antiga Aliança, não atingiu a perfeição em nada. Podemos
pensar que essa seria uma nova provocação para os leitores judeus, mas
trata-se da verdade, da Palavra de Deus: “Se, portanto, a perfeição
houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo
recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado
segundo a ordem de Arão?” (Hb 7.11).
O sacerdócio do Antigo Testamento oferecia ao povo de Israel a
oportunidade de arrepender-se e obter perdão, mas, devido à constante
repetição dos pecados, nunca chegava a um encerramento. Somente em Jesus
Cristo o perdão é definitivo e perfeito, porque Ele, que era sem
pecado, tomou sobre si todos os nossos pecados e nos redimiu. Jesus não
somente entrou no Santo dos Santos, mas penetrou nos céus e agora está
sentado à direita de Deus para ali interceder por nós.
Prezado leitor, Jesus Cristo é seu Intercessor pessoal diante do Pai
celeste, não somente por um ano, mas por toda a eternidade (Hb 9.24-28).
A lei também não trouxe a perfeição, como diz Hebreus 7.19. Da mesma
forma, os sacrifícios do Antigo Testamento, que pela lei tinham de ser
trazidos repetidamente, também não podiam aperfeiçoar os israelitas (Hb
10.1; cf. também o capítulo 9), mesmo que a lei fosse boa e Israel
tivesse a obrigação de cumpri-la. Afinal, a lei não era obra de homens,
mas dada por Deus.
Mas Jesus é maior! Jesus é o Sacerdote perfeito, maior que o templo e
maior que o sábado (Mt 12.6,8). Jesus é o sacrifício perfeito. Nenhum
sacrifício humano, nenhum serviço sacerdotal e nenhuma lei podem
contribuir para a salvação. Esse fato vale para todos os homens.
Lavar-se no Ganges não trará salvação para nenhum hindu. Nenhuma
meditação levará o budista ao céu. Nenhuma vela dará fruto permanente ao
cristão e nenhuma peregrinação conduzirá o muçulmano ao céu. Por isso
Moisés nunca será o maior, pois também ele era imperfeito: “Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo” (Jo 1.17). Jesus é maior!
Por isso, o brado do muezim, do alto dos minaretes: “Alá é maior!”,
não corresponde à verdade. Afinal, o Corão nem mesmo promete certeza de
salvação. O islã também não conhece um sacrifício perfeito; a própria
pessoa precisa lutar e batalhar: “você deve”, “você deve” e “você deve” –
e mesmo assim você não pode ter certeza da salvação.
Esse sacrifício vicário perfeito pelos pecados do ser humano, que é
totalmente desconhecido em outras religiões, só é encontrado na Bíblia –
cumprido e consumado em Jesus Cristo. Como algo imperfeito pode ser
maior do que aquilo que é perfeito? Sem chance! Somente a obra de
salvação do Gólgota, cumprida em e por Jesus Cristo, é perfeita. Ele
mesmo proclamou na cruz: “Está consumado!” (Jo 19.30). E quando
algo está consumado, consumado está, perfeito está. Isto é, nada mais
precisa ser acrescentado. A salvação está consumada, já foi confirmada,
mas apenas na cruz do Gólgota e em nenhum outro lugar. De nada adianta
as pessoas dizerem que isso é intolerância. Pode até ser, mas ainda
assim só posso dizer: “E daí? Afinal, é a verdade!”.
Se afirmo que o cogumelo mata-moscas é venenoso, algumas pessoas
podem achar que essa afirmação é intolerante, mas ela não deixa de ser
verdade. E é disso que se trata! Não devemos dizer às pessoas aquilo que
elas querem ouvir, mas a verdade. Se alguém, em sua falsa tolerância,
quiser comer um prato de cogumelos venenosos, que fique à vontade; mas
também terá de viver (ou, neste caso, não viver) com as conseqüências.
Perfeito em Jesus
Jesus é maior. Jesus é singular. E Jesus é o único caminho para
reconciliar-se com Deus, o Pai. Jesus Cristo é a Palavra de Deus
encarnada. Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida.
Jesus é perfeito até a eternidade (Hb 13.8). Ele entrou no maior e
mais perfeito tabernáculo, como diz a bela descrição em Hebreus 9.11-12.
Por meio de Seu próprio sacrifício, quando o próprio Jesus se entregou,
Ele tornou os crentes perfeitos para sempre: “Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (Hb 10.14).
É preciso imaginar a cena. A Bíblia, a Palavra de Deus, chama-nos de
perfeitos e justos! Mas quando olhamos no espelho, vemos o contrário. E
mesmo assim somos justos e perfeitos aos olhos de Deus. Isso não é
normal, como pode acontecer? Por meio do precioso sangue de Jesus
Cristo, que Ele derramou por você e por mim, somos realmente perfeitos e
justos aos olhos de Deus. Deus não nos vê mais como somos, mas através
de Seu Filho Jesus Cristo.
No momento em que uma pessoa chega à fé em Jesus Cristo e coloca toda
a sua vida nas mãos de dEle, Deus não olha mais para sua verdadeira
natureza, mas em e por meio de Seu Filho Jesus Cristo: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17). E em e por meio de Jesus somos agora justificados e aperfeiçoados. Isso não é extraordinário?
Pergunto: qual religião pode oferecer algo apenas remotamente parecido? Nenhuma! Isso só pode ser encontrado na Palavra de Deus.
Agarre o melhor!
Jesus Cristo: o mundo nunca viu alguém maior e mais perfeito! Maior
do que tudo que o judaísmo já conheceu. Maior do que Moisés, Arão, Davi,
Salomão (Mt 12.42) ou Jonas (Mt 12.41). A Carta aos Hebreus diz aos
judeus: “Não confiem em Moisés, não confiem em Arão nem nos outros
sacerdotes; não confiem em Davi nem nos outros reis!” Hoje diríamos:
“Não confiem em seus rabinos, não confiem em seus estadistas e também
não confiem no seu poderio militar! Não confiem nos sacrifícios, no
sacerdócio nem na lei, mas agarrem o melhor, o maior, isto é, a graça em
Cristo Jesus”.
Brademos a todas as pessoas: “Não confie em você mesmo, não confie na
sua habilidade nem na sua força, não confie em pessoas, nem em Maria ou
algum protetor ou santo, nem no seu pastor ou bispo, nem na sua
instituição ou organização. Não confie na política, na economia ou na
ciência. Não confie em seu guru nem em sua religião. Não! Olhe antes
para a cruz, pois: Jesus é maior!”
“...de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as
obras das tuas mãos. Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés.
Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou fora do seu
domínio...” (Hb 2.7-8).
• Em Jesus temos uma esperança melhor (Hb 7.19).
• Por meio de Jesus possuímos uma aliança melhor e, com ela, melhores promessas (Hb 7.22; Hb 8.6).
• Temos um sacrifício melhor; na verdade, um sacrifício perfeito, não
de animais, mas do Cordeiro vicário Jesus Cristo, que se deu
voluntariamente e de uma vez por todas em nosso lugar (Hb 9.23-28).
• Temos um patrimônio superior (Hb 10.34).
• E, por fim: temos uma ressurreição melhor; nada de voltar para um
corpo mortal, como ensina o hinduísmo, mas uma ressurreição com um corpo
glorificado espiritual e imortal (Fp 3.20-21; 1 Jo 3.2-3).
Vamos resumir: Jesus é maior! É justamente esse fato que a Bíblia, a
infalível e viva Palavra de Deus, pretende nos apresentar. É justamente o
que o autor da Carta aos Hebreus – inspirado por Deus – apresentou aos
judeus, a fim de encorajá-los e exortá-los a permanecerem firmes nessa
Palavra.
É tolo quem desiste e abandona o Melhor, Maior e Perfeito. Consideremos o que diz Provérbios 3.5-7: “Confia
no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio
entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará
as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor
e aparta-te do mal!”.
O que permanece é a constatação: Jesus é maior! (Thomas Lieth -http://www.chamada.com.br)
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/jesus_e_maior.html
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