Quando os sonhos não morrem

 
João Cruzué

Hoje fui caminhar um pouco pela manhã para deixar em ordem o físico que Deus me deu e que já passou dos 53 anos. O sol estava maravilhoso e o dia bem quente às 10h. Por onde caminho tem uma calçada na avenida com mais de um km de extensão, com marcas numeradas de 50 e 100m. Na ida o trecho é uma subida. Dias desses eu cometi uma loucura correndo uns 500 metros e o coração quase saltou pela boca - he he he! Na semana seguinte continuei "louco" e corri todo quilômetro. No final deste trecho, à direita tem outra rua com o nome de Albert Sabin, uma rampa íngreme com exatos 500m que para subir é ainda pior que correr o trecho anterior.
Estava precisando disso, pois em meu novo trabalho o calor do Centro de São Paulo. E no dia de hoje, eu fui caminhar, correr o quilômetro da ida, subir a rampa, descer, correr o mesmo quilômetro na volta - terrível - até chegar em casa. Quase morto. Se Deus quiser, amanhã será um belo dia, e tenho pretensões de repetir a caminhada, e semana que vem, até perder um pouco de peso enquanto ganho mais disposição.

Como gosto de fazer toda semana, fico orando e esperando que o Senhor me dê inspiração para escrever um bom texto, de preferência um texto que a voz Dele fale primeiro comigo, para que eu tenha certeza que falará também com outros. Parece coisa antiga, mas  ainda me guio desta maneira: Se eu ouvir a voz de Deus em um texto, sei que meus leitores também ouvirão. E a palavra que moveu meu espírito hoje, foi um trecho muito conhecido que está na Bíblia em  João capítulo cinco - O paralítico do Tanque de Betesda.

Jesus Cristo foi a forma que Deus planejou para se humanizar e revelar Seu grande amor para com as nossas mazelas de cada dia. Jesus é Deus. Se alguém quiser saber um pouco sobre o amor de Deus, precisa ler e meditar no que está escrito e no que não está no seu Evangelho escrito por Marcos, Mateus, Lucas e João. Jesus é o cumprimento da profecia de Isaías: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.

Quando Jesus abordou o paralítico junto ao Tanque de Betesta, não estava apenas interessado em um simples deficiente, atrás daquele gesto, Jesus estava dizendo o quanto nos ama, embora não contamos com isso. Imagine aquele homem no desconforto de não poder andar... hoje eu estava caminhando, correndo, subindo e descendo, eu fui e  pude voltar. Graças a Deus! É com muita alegria que lhe faço um convite para meditarmos junto no milagre que Jesus fez na vida do paralítico do Tanque de Betesda.

A primeira coisa que vamos meditar é que o paralítico nunca imaginou que iria ter um encontro pessoal com Deus. Deus para ele era algo distante, um Deus ocupado com outras coisas, outras pessoas importantes: reis, ministros, governadores, presidentes.

A segunda análise é que podemos fazer é que o conhecimento científico de hoje, 2.000 anos depois, ainda não é capaz de fazer o mesmo paralítico. E que mesmo a terapia com células tronco, em que a medicina tem apostado alto, receio que não vá funcionar. Li, há poucos dias, que clínicas russas têm atraído muitas pessoas doentes e ricas com tal tratamento. O resultado foram dois cânceres, um em cada lugar da espinha onde foram injetadas. E agora?

Deus tem o manual do corpo, da alma e do espírito humano. O Criador não espalhou vírus nem qualquer forma destrutiva de saúde. Foi pelo engano e astúcia de Satanás que a fonte de todas formas e espécies de destruição age na humanidade pela brecha aberta pelo pecado na vida de cada um. Deus abomina o pecado porque ele destrói a beleza e o futuro das pessoas.

Entre a multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos, à beira do tanque, estava o paralítico. Além de paralítico ele não tinha amigos. Ele reclamou para Jesus: Senhor não tenho ninguém que me ponha no tanque. Sempre desce outro antes de mim. Se ele tinha família, entendo que era um peso inútil para ela. De manhã alguém o levava, e talvez à noite alguém ia buscá-lo.

Por que Deus fez o milagre na vida daquele homem paralítico, solitário, peso morto da família? Existiria uma razão para que entre tantos doentes somente ele recebesse o milagre da cura? A resposta é sim. Para Deus fazer o milagre em sua vida existiu o atributo necessário: ânimo! Há 38 anos estava paralítico, mas sua presença à beira do tanque sinalizava que ele não queria morrer paralítico. Para Deus fazer um milagre em nossa vida é preciso que tenhamos algo. O paralítico não tinha pernas, não tinha companhia, sabia que outros desciam primeiro que ele, mas ele estava lá. Se tem uma coisa que comove o coração de Deus são os nossos sonhos. Ele tinha um grande sonho: o sonho de voltar a andar.

Sem sonhos não há milagres. Você precisa abrir o baú e retirar de lá seus velhos sonhos. Não perca seu tempo reclamando, odiando, se drogando, se matando. Você precisa voltar a sonhar. Sonhar como aquele paralítico. De todos os que estavam à beira do poço ele estava no fim da fila. Mas ele sonhava. Sonhou por 38 anos que iria andar - e andou!

Se você sonhar, não importa quantos anos passem, um dia você vai ouvir a voz de Deus em sua alma, daquela forma que só Deus sabe falar, Ele vai lhe dizer: Levanta, tome o teu "leito" e ande!

João Cruzué escreve o Olhar Cristão e é colaborador do Tenda na Rocha
 
fonte:http://www.atendanarocha.com/2014/05/quando-os-sonhos-nao-morrem.html#more

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