Breve crônica sobre o selfie no funeral

 
Wilma Rejane

Provérbios 25:20 "Como quem se despe num dia de frio e como vinagre sobre feridas, assim é o que entoa canções junto ao coração aflito."


A moda é Selfie, palavra substantiva do selfie em inglês "eu" que unida ao sufixo "ie" se traduz como autorretrato. Quem faz o selfie, geralmente fica em primeiro plano na foto, em destaque.

Semana passada uma senhora foi flagrada fazendo selfie no velório de Eduardo Campos e se tornou motivo de indignação. Contudo, entendo que a constrangedora situação é um retrato fidedigno, um selfie da sociedade conectada atual. Geração selfieana que urge por divulgar esse “eu” narcisista   bem maquiado e trabalhado em fotoshop. O que importa é ser visto e compartilhado,  curtido e comentado.

Em qualquer ambiente que se frequente hoje - restaurante, consultório médico, sala de aula, metrô, banco e etc – pessoas estarão conectadas e concentradas em seus smartfones e sequer perceberão quem você é. Os relacionamentos interpessoais, o diálogo vai ficando em planos de fundo, ofuscados nas molduras do cotidiano: em selfie. Definitivamente caminhamos para um futuro em que o amor esfriará e a compaixão será um retrato amarelado na parede do quarto, já dizia Jesus em Mateus 24:12.


A era do exterior e da virtualidade multiplica adeptos que amanhecem e anoitecem para a exposição de si mesmos. E o tempo se vai como roda veloz no asfalto em direção ao inútil. O selfie no velório é um sádico retrato que confronta a morte e a vida, a efemeridade do ser: do ser que morre e do ser que vive para si mesmo. Quem era a senhora do selfie no velório? Não sei, não falo dela, mas de uma rotina mundial que ao tempo em que valoriza o eu revela um comportamento focado em aparências.

Obama em selfie no funeral de Nelson Mandela.



Que não seja assim conosco. Que possamos perceber a dor do outro, sorrir com quem sorri, chorar com quem chora. Que o outro seja tão importante quanto nós e que a transformação de nossa mente chegue com a alegria de viver nesse mundo, como estrangeiros, com pátria no céu . Em primeiro plano, esteja Jesus e que Ele vá adiante de nós como condutor de caminhos seguros. Imperfeitos,falhos que somos, contudo,  autênticos na missão de sermos luz para o mundo. Uma luz que reflita mais amor e menos selfie.  


Deus nos abençoe. 

fonte: http://www.atendanarocha.com/2014/08/breve-cronica-sobre-o-selfie-no-funeral.html#more

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