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PRISIONEIRO DE
FESTO
Alguns dias mais tarde, Agripa rei de Cálcis,
em companhia de Berenice, sua irmã com quem vivia, foram passar uns dias com
Festo em Cesaréia. O Governador querendo saber a opinião do rei, descreveu-lhe
o caso de Paulo. Festo acrescentou que os judeus “somente tinham certas contestações no tocante as suas crenças e a
respeito de um certo JESUS, já morto, e que PAULO afirma estar vivo. Quanto
a mim, embaraçado diante de tal debate, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém
para ser julgado lá. Mas Paulo interpôs apelação, a fim de que sua causa fosse
reservada ao julgamento do augusto imperador; ordenei que fosse mantido preso
até que eu o envie a César.” (At 25,19-21)
Agripa manifestou o desejo de ver Paulo.
de judeus,
e mandaram chamar Paulo. Ele delicadamente pediu permissão para fazer a sua
própria defesa. Respondeu Agripa:
“Tens permissão de pleitear a tua causa.” (At 26,1)
No dia seguinte, Pórcio Festo, o rei Agripa
e Berenice, se instalaram no grande salão, que também ficou repleto
Estendendo
a mão, o Apóstolo fez sua defesa de maneira brilhante, como em outras
oportunidades, realçando o acontecimento de sua conversão e o poder
de DEUS.
Neste momento, Festo levantou-se e gritou:
“Está louco, Paulo; as muitas letras te
fizeram perder a cabeça”. (At 26,24)
Respondeu o Apóstolo: “Não estou louco, excelentíssimo Festo,
mas falo palavras de verdade e bom senso.” (At 26,25)
E voltando-se para o rei, perguntou:
“Crês nos Profetas, rei Agripa? Eu sei que tu
crês.” (At 26,27)
O rei respondeu a Paulo: “Ainda um pouco e por teus raciocínios fazes de mim
um cristão!” (At 26,28)
E Paulo disse: “Por pouco ou por muito, queira DEUS fazer que não somente tu, mas
todos aqueles que hoje me escutam, tornem-se como eu, exceto essas algemas.”
(At 26,29)
E o rei se levantou, assim como o Governador,
Berenice e os que estavam sentados com eles. Falavam entre si: “Este homem nada fez que mereça a morte, nem as
cadeias.” (At 26,31)
Agripa disse a Festo: “Poder-se-ia soltar este homem, se não
houvesse apelado para César.” (At 26,32)
ENVIADO
A ROMA
No Outono do ano 60,
o Governador Festo enviou Paulo e outros prisioneiros, sob a escolta do
centurião Júlio, com destino a Roma. A frágil embarcação embora viajasse
próximo ao continente, enfrentou uma difícil tempestade no Mar Mediterrâneo,
entre a Grécia e a Itália. Só depois de quatorze dias de muito sofrimento,
conseguiram lançar o barco numa pequena enseada, encalhando-o
propositalmente, porque ele já estava com sua estrutura de madeira
parcialmente destruída. A população da embarcação com mais de 270
homens, sem demora, pularam na água para se salvarem, utilizando tábuas
do próprio barco como bóia ou nadando para a terra. Pensavam que tinham
chegado na Itália, mas depois descobriram que era a ilha de Malta.
Permaneceram cerca de três meses,
esperando que o tempo melhorasse e que chegasse ao porto
uma embarcação que pudesse transportá-los.
Durante
os 90 dias em que passaram em Malta, Paulo embora timidamente (porque era um
prisioneiro) aproveitou para evangelizar o povo. Num pequeno povoado da ilha, um
senhor idoso estava acamado com febre e disenteria. Paulo foi vê-lo, orou e lhe
impôs as mãos, ele ficou imediatamente curado. A notícia espalhou! Diante
disso, outros doentes da ilha também vieram procurá-lo e foram todos curados.
Por ocasião da partida para Itália do
Apóstolo e de todos que ali estavam, em agradecimento, os nativos e
habitantes da ilha os cumularam de atenções e os proveram do necessário
para a viagem.
CHEGADA
A CAPITAL DO IMPÉRIO
Os
irmãos cristãos de Roma, informados sobre a chegada de Paulo, foram ao
encontro dele no Foro de Ápio e nas Três Tabernas. O Apóstolo vendo os irmãos,
deu graças a DEUS e criou mais coragem para enfrentar o cativeiro. Num regime
especial de custódia, as autoridades romanas permitiram-lhe residir numa casa
particular, que a Comunidade Cristã de Roma alugou. Nela, Paulo se encontrava e
conversava normalmente com as pessoas. Só não podia se ausentar da residência.
A casa era vigiada diariamente por um soldado.
Depois
de dois anos de cativeiro, de 61 a 63, o seu processo terminou
sem uma sentença condenatória e ele foi colocado em liberdade, sendo Imperador
de Roma, o terrível Nero (54-68).
Assim
que foi colocado em liberdade não permaneceu muito tempo em Roma. É possível
que tenha viajado para evangelizar a Espanha, porque este era um antigo
desejo. (Rm 15,24.28)
NERO
INCENDEIA ROMA
No ano 64, o Imperador Nero mandou incendiar
um bairro da cidade de Roma, a fim de presenciando ao incêndio, se inspirasse e
escrevesse um poema épico (um poema extraordinário, fora do comum). Contudo, o incêndio
teve consequências dramáticas, se alastrou e destruiu quase quatro bairros, deixando
desabrigados milhares de pessoas. Em face do resultado danoso e irresponsável, ele
e seus asseclas precisavam tomar alguma providência, e então, colocaram
a culpa nos cristãos para cobrir o abominável desatino. E por essa razão, a partir do
ano 64, Nero empreendeu uma busca impiedosa contra os cristãos: homens, mulheres, velhos
e crianças, eram presos e encarcerados, eram lançados aos leões na arena e devorados
pelas feras, outros eram envoltos em betumem, amarrados em postes e incendiados
para iluminar o palco tétrico das covardias que aconteciam no Coliseu Romano.
Paulo ao deixar a Espanha, percorreu as Igrejas
do Oriente. Nomeou Tito, Bispo de Creta (Ti 1,5) . Em Êfeso, nomeou Timóteo, Bispo
de Êfeso. (1 Tim 1,3).
Em Nicópolis, passou o inverno, mas sentiu uma
vontade irresistível de voltar a Roma. Tito e Lucas, estavam em sua companhia. Por
necessidade de atendimento aos núcleos cristãos, Tito foi enviado a Dalmácia.
(2 Tim 4,10)
PRISÃO, CONDENAÇÃO
E MORTE
Assim sendo, voltou a Roma na primavera do ano 67,
somente acompanhado por Lucas. Empenhou-se no trabalho de reconstituir
a Comunidade, dizimada pelas perseguições cruéis e covardes de Nero.
Segundo a Tradição, Paulo encontrou pousada na margem esquerda do Rio Tibre,
perto da ilha Tiberina. No local de sua última residência, ergue-se uma antiga
Capela dedicada a sua memória
“San Paolo alla Regola”. Aqui o Santo foi preso, acusado
de chefiar a seita cristã. Neste segundo cativeiro, sua situação ficou completamente
inversa da anterior, pelo fato de pesar sobre os cristãos a acusação de terem incendiado
Roma, e por essa razão, arrastava pesados grilhões e era tratado “como malfeitor”. (2 Tim 2,9)
Estava completamente isolado, porque os amigos de Roma não conseguiam visitá-lo
facilmente; Êubulo, Pudente, Lino e Cláudia só podiam procurá-lo com muita precaução.
O
caso de Paulo devia ser julgado pelo Tribunal Imperial. Nessa época, Nero percorria
a Grécia disfarçado em comediante, mas deixou em Roma, como substituto o terrível
Élio. No primeiro Interrogatório permitiram ao Apóstolo fazer a sua própria defesa,
da acusação de cumplicidade no incêndio de Roma. Mas ninguém o ajudou, senão DEUS.
(2 Tim 4,16-17) Contudo, deve ter se saído bem, pois a audiência foi suspensa sem
qualquer condenação.
No calabouço, reuniu suas forças restantes e escreveu
a sua derradeira carta ao estimado discípulo Timóteo (a Segunda Epístola a Timóteo), a quem
cuidava como um filho e o nomeou executor de seu testamento. Tinha esperança de vê-lo ainda
uma vez, mas tinha receio de que fosse demasiado tarde. Todavia, na missiva pede que ele venha
o mais depressa possível e que trouxesse Marcos em sua companhia. Pede também uma velha
capa que deixara em Trôade. A friagem do calabouço estava minando rapidamente a sua saúde.
No outono do ano 67 foi agendada a realização da Segunda
Sessão do Tribunal. Paulo não tem ilusões, sabe que esta Sessão terminará com sua entrada no
reino dos Céus: “Combati o bom combate, concluí a
minha carreira, guardei a fé. De resto, me está reservada a coroa da justiça, que o SENHOR,
justo juiz, me dará naquele dia” (2 Tim 4,7-8).
O segundo Interrogatório terminou com a sentença de morte.
Certa manhã, o velho Apóstolo foi levado por um grupo de
lictores ao longo da Via Ostiense. Seguiram pela Porta Trigemina, passaram ao lado da Pirâmide
de Céstio e também pelo terreno aonde hoje se encontra a Basílica de São Paulo Extramuros com
o seu túmulo. A seguir os carrascos que o levavam, deixaram a estrada e entraram á direita
pela pastagem até o local onde ele foi executado. Hoje naquele lugar, existe a Piazza Tre Fontane.
Uma lenda romana conta que no momento da execução, se aproximou do Apóstolo uma cega,
chamada Petronila, que lhe ofereceu um véu para vendar-lhe os olhos. (Numa antiga porta de bronze da Basílica de São Pedro, no Vaticano, observa-se um
relevo que mostra São Paulo devolvendo à cega Petronila o véu que ela lhe havia oferecido.
Quando a jovem colocou o véu sobre os seus olhos, recobrou milagrosamente a visão.
) No local da execução, a cabeça do Apóstolo tombou decepada
por um vigoroso golpe de espada. Os lábios de Paulo de Tarso que só pronunciaram
palavras ungidas por CRISTO, se fecharam para sempre.
De acordo com a opinião mais comum, Paulo sofreu
o martírio no mesmo dia e no mesmo ano que o Apóstolo Pedro. Todavia, alguns estudiosos disputam
se foi no mesmo dia, mas não duvidam que aconteceu no mesmo ano. A testemunha mais antiga, São
Dionísio, o Corinto, afirma que as execuções foram de fato, no mesmo dia, em locais diferentes.
A conversão de Paulo de Tarso é comemorada no dia 25 de
Janeiro e sua festa, é celebrada pela Igreja, no dia 29 de Junho, junto com a Festa de São Pedro
Apóstolo.
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