O Carnaval do Crente


















Pastor Carlos Henrique
Não tenho a pretensão de tecer aqui qualquer comentário a respeito da origem e do significado do carnaval. Por certo, ainda que seja uma das maiores expressões populares de nosso país, sua origem e significado não estão diretamente ligados à nossa cultura. Entretanto, podemos tomar como idéia central àquela que ficou conhecida no senso comum como “festa da carne”. Tal definição está diretamente ligada a todas as manifestações e formas de se festejar o carnaval. Sem limites, sem pudores, dá-se lugar à carne como em nenhuma outra época do ano. É claro que “dar lugar à carne” tem aqui a conotação da sensualidade e da licenciosidade. Quando falo de carnaval do crente, não é a esse sentido que me refiro, ainda que também pudesse fazê-lo. Estou me referindo ao crente carnal e faço isso lembrando das palavras do apóstolo Paulo escritas aos coríntios em sua primeira carta, no capítulo três, do verso um ao verso três. Paulo fala da realidade de uma Igreja dividida entre crentes carnais e crentes espirituais.  A maneira que ele usa para descrever e identificar os crentes carnais é observando o comportamento destes através das contendas, dissensões, invejas e divisões. Para ele, um crente é carnal quando age dessa forma. Talvez você até já tenha ouvido de alguém que fez “o maior carnaval” no sentido de ter agido de uma maneira descontrolada ou agressiva. “Fazer um carnaval” é agir assim, mas isso não cabe a um crente espiritual, a alguém que recebeu e se tornou habitação do Espírito Santo de Deus. Às vezes criticamos àqueles que gostam de “brincar” o carnaval, no sentido de festejá-lo, mas nos esquecemos que muitas vezes fazemos um “carnaval” muito maior do que os que assim procedem. Outras vezes queremos nos retirar a fim de não nos misturarmos com o mundo nessa época tão complicada para os crentes, mas também não percebemos que, mesmo retirados, podemos estar fazendo o maior carnaval quando damos brecha para as brigas, intrigas, discórdias, discussões e outras manifestações da carne. Espero que nenhum irmão brinque o carnaval, se fantasie, saia atrás do bloco ou do trio elétrico, mas também espero que nenhum de nós promova um carnaval dando lugar à carne em todas as suas manifestações. Espero que tenhamos a coragem de uma vez por todas de tirarmos as nossas máscaras e de mostrarmos de fato quem nós somos, ou pelo menos, quem fomos chamados a ser. Espero que desejemos dar lugar ao Espírito e assim manifestarmos todas as suas obras e o seu fruto.
Um bom descanso a todos.
fonte: http://www.iecponteseca.com.br/index.php/pastoral/pr-carlos-henrique/316-o-carnaval-do-crente

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Clique aqui para colocar este site aos seus favoritos!