Após ter criado o universo, cheio de ordem e luz, Deus vê os seres
humanos, sua mais preciosa criação, transformá-lo em um lugar de caos e
trevas.
"Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração" Gênesis 6:6.
Religião e violência estão ligados desde o princípio da história da raça humana. Os primeiros dois filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, trazem uma oferta a Deus.
A oferta de Abel é aceita, a de Caim não é. O primeiro ato de culto leva ao primeiro assassinato. Religião tem a ver com muitas coisas, menos com segurança.
"Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração" Gênesis 6:6.
Religião e violência estão ligados desde o princípio da história da raça humana. Os primeiros dois filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, trazem uma oferta a Deus.
A oferta de Abel é aceita, a de Caim não é. O primeiro ato de culto leva ao primeiro assassinato. Religião tem a ver com muitas coisas, menos com segurança.
No melhor dela, pode levar os seres humanos a se
tornarem "um pouco menor do que os anjos", Hebreus 2:7. Mas no seu pior,
pode levá-los a serem a mais
poderosa arma de destruição de vidas no mundo.
Religião e Violência
Rene Girard, filósofo e historiador francês,
estudioso do mimetismo, a origem da violência humana, considera que a
religião foi criada na tentativa de afastar
a violência de um determinado grupo, fazendo-a recair sobre um indivíduo
de fora deste grupo.
Para Girard, o ato mais primitivo da espécie humana é o sacrifício humano, que constituía a figura muito conhecida do "bode expiatório".
Pensadores pós-modernistas vão além, e acreditam que o ato próprio da definição de si mesmo, envolve primeiro a criação do "outro"
. Para que exista um "nós", tem que existir um "eles" - aquelas pessoas que não são como nós somos, que não tem a mesma filosofia de vida,
nem os mesmos valores que temos.
Atentado Suicida No Afeganistão, em Nome da Religião.
Assim, a humanidade se divide entre os "amigos" e
os estranhos, os "irmãos" e os demais. E nós, quase que sem pensar,
passamos a projetar os nossos medos sobre
as pessoas que não são como nós.
Eles passam a ser vistos como "ameaçadores",
hostís e demoníacos. Muitas vezes o processo de auto-definição envolve
exclusão, que leva à
violência (física ou moral), e as religiões, de uma maneira geral pelo
mundo afora, estão cheias de fundamentos que hostilizam aqueles que não
se identificam com seus "princípios".
A abordagem do Gênesis sobre este tema é ao mesmo
tempo simples e profundo. Lendo a história de Caim e Abel,
frequentemente nós nos perguntamos: Porque Deus
aceitou a oferta de Abel, e não a de Caim? Não foi a escolha de uma ao
invés da outra que motivou a violência de um irmão para com o outro?
Barganha com Deus - Manipular o Divino?
A razão de Deus ter rejeitado a oferta de Caim fica clara nas palavras escritas nos versos seguintes:
"E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante". Gênesis 4:5
Então imagine o seguinte: Você oferece um presente
a alguém. Gentilmente, ele recusa este presente. Como você reage a esta
situação? Há duas possibilidades.
Você pode perguntar a si mesmo, "o que será que
fiz de errado?", e tentar se corrigir, melhorar, ou você pode
simplesmente nutrir sentimentos de raiva e ódio
pela rejeição. Se você reagir como na primeira possibilidade
apresentada, você estava realmente sendo genuíno, tentando agradar a
pessoa que presentearia.
Se reage da segunda forma, então fica claro que a sua preocupação não era com o outro, mas com você mesmo.
Você estava tentando estabelecer a sua própria dominância colocando a outra pessoa em uma situação de débito. A conhecida "the gift relationship"
, muito desenvolvida pelo pesquisador britânico Richard Morris
Titmuss (1907 – 1973), é um tipo de relacionamento baseado no velho
arquétipo "é dando que se recebe"
.
Mesmo entre primatas, o macho alpha exerce seu poder distribuindo comida (que aqui representa presentes ou ofertas), aos demais.
Quando uma recusa a estes presentes leva à raiva
ou ao ressentimento, então mostra que a intenção principal não era
movida de altruísmo ou solidariedade, mas
de uma forma de egoísmo - "Eu dou, Eu sou o provedor, Eles dependem de mim, então Eu domino, Eu dou as ordens".
E este é o tipo de sacrifício que era praticado no
mundo pagão da antiguidade, tentativas de aplacar, de acalmar ou de
subornar os deuses, manipulando-os a
trazer chuva para a agricultura, vitória nas batalhas, ou qualquer outra
coisa que os engrandecesse visualmente diante dos homens.
Isto é exatamente o contrário do que a palavra de
Deus chama de verdadeira fé: Humildade na presença de Deus e reverência
pela vida humana - o único ser que
contém a imagem de Deus.
Fé ou Religiosidade?
Multidões atualmente se enganam, tentam
impressionar a Deus e barganhar com Ele, como se pudessem fazer com que
Ele sinta algum tipo de complexo ou obrigação
de dar-lhes algo em troca.
A religiosidade tenta fazer barganha com Deus, mas
nada do que venhamos a oferecer pode impressioná-lo, a não ser um
coração sincero, contrito e cheio de
amor.
Se for ofertar algo a Deus, oferte sem barganhas,
sem demandas, mas apenas e somente por amor, por gratidão. Esta é a
oferta de Abel.
Externamente, não há como diferenciá-la da oferta
de Caim, as duas são muito parecidas superficialmente. Mas se analisadas
profundamente, há todo um mundo de
diferenças entre elas. Uma constitui um ato de auto-desconstrução e
humildade na presença do criador.
A outra é uma tentativa de sedução e de
manipulação da vontade divina, motivada pelo orgulho excessivo e pela
busca do poder em controlar Deus, mesmo que de
forma subliminar.
fonte:http://www.rudecruz.com/estudos-biblicos/antigo-testamento/genesis/caim-e-abel-violencia-em-nome-de-deus-religiao-estudo-biblico.php
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