Wallace Sousa
" O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz." Isaías 9:2
Você tem desejo de refletir a glória de Deus? Tem certeza? Pense bem antes de responder…
Antes de entrar no assunto propriamente dito, vou fazer uma breve referência à figura que ilustra este post: o lambe-lambe.
O fotógrafo lambe-lambe, também
conhecido como fotógrafo de jardim, por utilizar muitas vezes um jardim
para o fundo das fotos, é um profissional em extinção. Presente a
partir do século XIX nos espaços públicos das cidades brasileiras, teve
um papel importante na popularização da fotografia no Brasil.
Existem algumas explicações
para a origem do termo: lambia-se a placa de vidro para saber qual era o
lado da emulsão ou se lambia a chapa para fixá-la. Ou a origem pode
estar ligada ao antigo processo da ferrotipia.
Como surgiu o termo “lambe-lambe”?
A imagem fotográfica
convencional é uma imagem de Prata. As emulsões que compõem as películas
dos filmes e fotografias, são à base de sais de Prata, sensíveis à luz.
O material fotográfico quando sensibilizado na retina de uma câmara
fotográfica e submetida à ação de um revelador, transforma-se em Prata
metálica. Essa estrutura de Prata metálica varia em tons de cinza que
vai do preto ao cinza-claro, para a fotografia em preto e branco,
proporcionalmente à intensidade de luz recebida pela emulsão durante a
exposição.
Para se obter uma fotografia
convencional, o processo de revelação, fixação e lavagem são
essenciais. A revelação – ocorre quando a película é submetida à solução
alcalina, agente capaz de transformar os sais de Prata sensibilizados
pela luz em Prata metálica. (Fonte: wikipedia)
Pode parecer apenas saudosismo
ou sentimentalismo, mas trazer a figura dessa arte prestes a cair no
esquecimento tem muito a ver com ser impressionado com a glória de Deus.
Continue lendo e entenda o porquê.
Fotografar, muito além de ser hobby de várias pessoas, principalmente
depois do advento e popularização das máquinas digitais, onde você
costumeiramente entope seu cartão de memória com fotos que não quer
apagar, mesmo estando com elas salvas em seu computador, é uma arte
dominada, literalmente, por poucos.
Eu gosto de fotografar, e se eu dispusesse de mais tempo e recursos,
talvez até fotografasse bem, embora, sendo sincero, não me faltam tempo e
dinheiro para fotografar bem, falta-me talento mesmo. Gostaria de dizer
que também sou fotogênico, mas a franqueza me impede de ocultar essa
evidente fraqueza.
Fotografar, então, é “escrever com ou por meio da luz“, em palavras
simples, já que FOTO = luz e GRAPHOS = escrever. Eu faria uma pequena
alteração nessa definição: fotografar seria, para mim, DESENHAR com luz.
Fica mais poético e romântico, mas o escrever com luz também é muito
interessante.
A Bíblia diz que Deus é luz, e nEle não há treva alguma (1 João 1:5), e
que, ao criar o mundo, disse: Haja luz! (Gênesis 1:3), e que antes
disso, tudo eram trevas? Você já se imaginou sendo constantemente
fotografado por Deus? Já chegou a pensar que o Rei do Universo tenha uma
foto sua na cabeceira? Já parou para pensar que Deus gosta de tirar
fotos de você? Pois pare e pense, que não é simples argumento
sensacionalista de blogueiro em início de carreira, querendo audiência. É
real.
Bem, se Deus é Luz, quem seria o negativo, onde Ele imprime sua glória
para fazer as fotos? Isso mesmo, sabichão: você. Você é o negativo onde
Deus trabalha para fazer Suas fotos, Suas obras de arte eternas. Antes
de conhecermos a Deus, nós somos/éramos trevas.
Quando a luz raiou em nós, fomos transformados, e chamados para o Reino
de Sua luz (1 Pedro 2:9). Todavia, fazendo menção ao antigo processo de
revelação fotográfica, onde as fotos eram reveladas em um quarto escuro,
é na escuridão das provas e tribulações que Deus revela o quanto
captamos de Sua glória, e esse processo é constante, visto que “somos
revelados de glória em glória“, capice?
Ou seja, se a foto não ficou boa, sem problemas, Ele tira outra. Por
isso, caro leitor, após ser inundado pela glória e majestade do Senhor,
prepare-se para ser levado à escuridão da prova, onde seu caráter
cristão será provado e revelado. Lembra que Jesus, após revelar-se em
glória aos discípulos, foi ao Gólgota para ser revelado como Salvador do
mundo? Pois é…
Mas, para que o negativo seja corretamente impressionado – e marcado –
pela luz, é preciso que um pequeno instrumento faça bem sua parte. Ele
se chama obturador. Sabe o que é o obturador? Não? É aquele instrumento
que simula a íris humana: muita luz, fecha; pouca luz, abre.
Muitos cristãos não sabem utilizar corretamente seu obturador
espiritual. Diante de situações onde a glória de Deus é imensa, eles se
fecham para novas experiências, e deixam de ficar com a alma marcada
pela luz divina. Em outras ocasiões, onde há muita escuridão, não se
abrem para procurar a luz da presença gloriosa do Senhor, em meio à
prova, acusando-O de estar distante, de ter abandonado Sua criação às
escuras.
Não, amado, Ele não te abandonou. Ele o está provando, para que seu
caráter seja revelado, para depois, só depois, mostrá-lo ao mundo, como
uma foto única, uma obra de arte singular, que somente certas condições
de luminosidade e obscuridade, ou seja, o efeito luz x sombra, podem
proporcionar. Está se sentindo largado em um quarto escuro? Calma, o dia
da revelação vai chegar, e Ele o pegará em Suas mãos e o mostrará ao
mundo. Aguarde.
Lembre-se: um caráter, uma vez impressionado com a glória de Deus,
jamais volta ao seu estado anterior, de trevas. Não, ele já adquiriu
nuances da luz que o marcou, que o queimou, que deixou nele Sua marca
indelével para toda a eternidade.
Soli Deo Gloria.
Wallace Sousa edita o Desafiando Limites e é colaborador do Tenda na Rocha.
fonte:http://www.atendanarocha.com/2014/04/impressionado-com-gloria-de-deus.html#more
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