O homem frutífero do Salmo 1 medita na Palavra de Deus "de dia e de noite", não por um sentido de obrigação, mas porque tem nela o seu "prazer". Em
sua mente e em seu coração, continuamente, a Palavra de Deus o guarda e
o guia. Como isso é essencial! Lógica e bom senso são úteis. No
entanto, sem a Palavra de Deus (que transcende a sabedoria humana) para
nos guardar e guiar, somos suscetíveis a tentações e a erros,
especialmente quando esses últimos são apresentados convincentemente "em
nome de Deus" por aqueles que são respeitados como líderes cristãos.
Deus opera por meio de Sua Palavra: "A palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia" (Is 55.11a); "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Sl 119.11). E Satanás opera para remover a Palavra de Deus do coração do homem: "...vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração" (Mt 13.19). Quando
isso lhe é vantajoso, Satanás cita as Escrituras (Mt 4.6) e tenta
pervertê-las com o propósito de enganar. Ele inspira os falsos profetas
com "novas revelações" que subvertem a Palavra. Temos muitos desses
"profetas" na Igreja hoje em dia.
Advertência Sobre os Falsos Profetas
A Palavra de Deus repetidas vezes adverte contra falsos profetas.
Precisamos dar ouvidos a essas advertências. Jesus mesmo disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas" (Mt 7.15)."Levantar-se-ão
muitos falsos profetas e enganarão a muitos... operando grandes sinais e
prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt
24.11,24). Cristo avisa claramente sobre um movimento de falsos
sinais e maravilhas nos últimos dias, promovido pelos falsos profetas.
Paulo compara esses falsos profetas a Janes e Jambres, que se opuseram a
Moisés e Arão (2 Tm 3.8) com sinais e maravilhas operados pelo poder de
Satanás.
Pedro advertiu que assim como houve falsos profetas no tempo do Antigo Testamento,"assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras..." (2 Pe 2.1). O apóstolo João declarou que já em seus dias "muitos falsos profetas têm saído pelo mundo" (1 Jo 4.1). Quanto
mais, portanto, deveríamos nós estar alertas quanto aos falsos profetas
à medida que a apostasia profetizada para os últimos dias atinge o seu
clímax, preparando o mundo e uma falsa igreja para a chegada do
Anticristo! Conhecer, amar e obedecer à Palavra de Deus é o único meio
seguro de não sermos enganados.
Qualquer uma das seis marcas dos falsos profetas que a Bíblia oferece
serve como identificação suficiente: (1) por meio de sinais e
maravilhas eles desviam pessoas para servirem a deuses falsos (Dt
13.1-4); (2) suas profecias não se realizam (Dt 18.20-22); (3) eles
contradizem a Palavra de Deus (Is 8.20); (4) eles produzem maus frutos
(Mt 7.18-20); (5) todos falam bem deles (Lc 6.26); (6) eles negam que
Jesus, o único Messias, veio de uma vez por todas na carne (1 Jo 4.3).
Muitos que professam conhecer a Deus e servi-lO têm pouca ou nenhuma sede por Sua Palavra.
Como é trágico que a carta pessoal de amor e orientação de Deus para
Seu povo seja tão negligenciada hoje por aqueles que se chamam crentes!
Muitos que professam conhecer a Deus e servi-lO têm pouca ou nenhuma
sede por Sua Palavra. Em vez disso, buscam sinais e maravilhas,
experiências emocionais, novas revelações, o último "mover" do Espírito,
ou os dons em lugar do Doador. Como resultado, são suscetíveis a todo "vento de doutrina" (Ef 4.14) e caem vítimas de falsos mestres que "...movidos por avareza, farão comércio de vós com palavras fictícias..." (2 Pe 2.3), "supondo que a piedade é fonte de lucro" (1 Tm 6.5).A
mentira popular da "semente de fé" – a idéia de que uma contribuição
para um ministério abre a porta para milagres e prosperidade – engana e
promove cobiça entre os milhões que ignoram a Palavra de Deus.
O cumprimento das profecias bíblicas é a grande prova da existência
de Deus, de que a Bíblia é Sua Palavra, e de que Jesus Cristo é o
Salvador prometido. As falsas profecias de muitos dos atuais líderes
cristãos são um sinal de alarme estridente. É preciso ouvi-lo! A maior
parte das seitas se baseia em falsas profecias que, se apontadas,
oferecem uma maneira eficaz de abrir olhos cegos e libertar os membros
de tais seitas.
Os Falsos Profetas no Decorrer da História
Entre os falsos profetas das muitas eras da História se encontram
vários papas. Como exemplo, a encíclica papal de Gregório XI em 1372 (In Coena Domini) pronunciou
o domínio papal sobre todo o mundo cristão, secular e religioso, e
decretou a excomunhão para todos que não obedecessem ao papa e não lhe
pagassem impostos. In Coena foi confirmada por papas
subseqüentes, e em 1568, o papa Pio V jurou que ela deveria permanecer
como lei eterna. No entanto, em 1870, dois meses depois do Vaticano
pronunciar o dogma da infalibilidade papal, Roma foi libertada do
domínio do papa pelo exército italiano, e o papa Pio IX se refugiou no
Vaticano, tudo que restara de um vasto império.
Imitando os papas, Sun Myung Moon, da Igreja da Unificação, profetizou décadas atrás queele iria
conquistar o mundo. Maharishi Mahesh Yogi, fundador do movimento de
Meditação Transcendental, declarou que 1975 seria o primeiro ano da "Era
da Iluminação", 1977 seria o "Ano da Sociedade Ideal", e 1978 seria o
"Ano da Invencibilidade de Todas as Nações". Nenhum comentário precisa
ser feito. Herbert W. Armstrong profetizou que a sua Igreja Mundial de
Deus seria arrebatada para a antiga cidade de Petra em 1972 e que Cristo
voltaria à Terra em 1975 (uma data favorita de muitas seitas). No final
dos anos 70, Elijah Muhammad profetizou para seus seguidores muçulmanos
negros que o retorno de Deus à América do Norte era iminente.
O mormonismo se vangloria de seus profetas – mas todos eles são
falsos. Em 1833, o profeta fundador, Joseph Smith, profetizou que os
Estados Unidos sofreriam vários desastres sem igual ("peste, granizo,
fome e terremotos") que extirpariam os ímpios (não-mórmons) da terra,
deixando os mórmons seguros em seu refúgio de Sião, em Missouri. Em vez
disso, os mórmons emigraram (fugidos) para Utah. Entre as muitas outras
profecias falsas de Smith está a declaração, feita em 1835, de que
Cristo voltaria dentro de 56 anos, e que muitos dos que então viviam
"não provariam a morte até que Cristo voltasse".[1] O sucessor de Smith,
Brigham Young, profetizou que a guerra civil americana não produziria a
libertação dos escravos.
As falsas profecias de Charles Taze Russell formaram a base do que
viria a ser a Sociedade Torre de Vigia e a seita Testemunhas de Jeová.
Russell declarou que a segunda vinda de Cristo tinha ocorrido
invisivelmente em outubro de 1874, que o Senhor estava verdadeiramente presente,
e que em 1914, os fiéis (os 144.000) seriam trasladados ao céu e os
ímpios destruídos. Armagedom, que começara em 1874, culminaria em 1914
com a derrubada geral dos governantes da Terra e o fim do mundo. Charles
T. Russell, ainda na terra, morreu em 1916.
No começo da década de 20, os Testemunhas de Jeová distribuíram nas ruas e de porta em porta um livro intitulado Millions Now Living Will Never Die (Milhões
Hoje Vivos Jamais Morrerão). Foi profetizado: "O ano de 1925 é uma data
definitiva e claramente marcada nas Escrituras, ainda mais clara que a
de 1914... podemos esperar confiantemente que o ano de 1925 marcará o
retorno de Abraão, Isaque e Jacó e dos fiéis profetas antigos... na
condição de perfeição humana."[2] Os Testemunhas de Jeová chegaram a
construir uma casa na cidade de San Diego, na qual os patriarcas
deveriam morar, e tentaram passar a escritura em nome do Rei Davi. (A
casa foi discretamente vendida em 1954.)
No começo dos anos 40, os Testemunhas de Jeová estavam afirmando que o Armagedom,que estava apenas há alguns meses adiante, colocaria um fim à Segunda Guerra Mundial, e que a derrota dos nazistas traria o reino de Deus à terra.[3] Seu livro Children (Filhos)
sugeria que planos de casar e constituir família deveriam ser adiados
até depois do Armagedom. Que longa espera! Sem desistir, profetizaram
depois que o reino milenar de Deus começaria em 1975. Uma vez mais os
Testemunhas de Jeová receberam ordens de não fazerem planos para este
mundo, inclusive casar e ter filhos. Muitos abandonaram seus empregos,
venderam suas casas e dedicaram-se a ir de porta em porta vendendo
literatura e propagando a seita.
O Adventismo do Sétimo Dia (ASD) também se originou com falsas
profecias sobre a volta de Jesus Cristo. Tudo começou com William
Miller, que predisse que Cristo voltaria em 1843 (data que foi revisada
para 22 de outubro de 1844). Miller admitiu seu erro. No entanto, a
profetisa do ASD, Ellen G. White, que repetidas vezes endossara a
profecia de Miller, insistiu que Cristo havia retornado de fato, mas não
para a terra. Em vez disso, Ele havia entrado no "santo dos santos" no
céu, "para fazer expiação por todos quantos se mostrassem merecedores
dos seus benefícios."[4] Merecedores? Muitas citações podem ser fornecidas para provar que Ellen White ensinava a salvação pelas obras. Eis aqui algumas:
Nossos atos, nossas palavras, até mesmo nossos motivos mais secretos, todos têm seu peso na decisão de nossos destinos... embora... esquecidos por nós, nossas obras darão seu testemunho de justificação ou condenação.[5]
Quando qualquer pessoa tiver pecados que permaneçam no livro de registros, pelos quais não se arrependeu e que não lhe foram perdoados, seus nomes serão apagados do livro da vida...[6]
Cada um de vós deve... trabalhar com toda força para redimir as falhas de sua vida passada. Deus vos colocou num mundo de sofrimento para vos provar, a fim de ver se sois dignos de receber o dom da vida eterna.[7]
Este ensino do "juízo investigativo" é a doutrina fundamental e a
principal heresia do Adventismo do Sétimo Dia: que a expiação de Cristo
não foi completada na cruz, mas que começou em 1844 no céu, e depende de
nossas obras. De acordo com Ellen White, o sangue de Cristo, ao invés
de fazer "expiação pela alma" (Lv 17.11) e de nos "purificar de todo o
pecado" (1 Jo 1.7), levou o pecado ao céu: "Nossos pecados
foram, de fato, transferidos para o santuário celestial pelo sangue de
Cristo".[8] Assim Cristo tinha que começar a obra de purificar o
santuário celestial (dos pecados que o Seu sangue levara até lá!) por meio do "juízo investigativo". Ellen White declarou que "ministros que não aceitassem essa mensagem salvadora estariam
impedindo a obra de Deus" e que "o sangue das almas permanece sobre
eles".[9] Os seguidores de William Miller que adotaram esse engano se
tornaram Adventistas do Sétimo Dia.
Ellen White fez várias profecias falsas: que "a antiga cidade de
Jerusalém jamais seria reconstruída",[10] que ela estaria viva por
ocasião do Arrebatamento,[11] que Cristo iria retornar antes da abolição
da escravatura,[12] que os Adventistas que estivessem vivos em 1856
estariam vivos por ocasião do Arrebatamento,[13] e muitas outras. No
entanto, seus escritos são reverenciados como se fossem parte da
Escritura Sagrada. O décimo sétimo artigo das Crenças Fundamentais do
Adventismo do Sétimo Dia afirma:
O Dom de Profecia: Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma marca de identificação do remanescente fiel da Igreja e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como mensageira do Senhor, seus ensinos são uma fonte contínua e autorizada de verdade que suprem à igreja o consolo, a orientação, a instrução e a correção.
Profetas Modernos "Inexperientes"
Falsos profetas continuam entre nós e, muitas vezes, são vistos e
ouvidos em programas de rádio e televisão evangélicos. Por exemplo, lá
pelo fim de 1975, Kenneth Copeland profetizou: "Quando chegar o mês de
janeiro [de 1976], vocês verão mais do derramar da glória de Deus do que
em toda a história do mundo... membros amputados serão reimplantados
pelo poder de Deus... instantaneamente... os cabelos de homens carecas
crescerão e formarão uma farta cabeleira... globos oculares surgirão
onde antes não existiam... Deus fará com que o seu automóvel... que faz
quinze quilômetros com um litro de combustível, faça uma média de cem
quilômetros por litro... o mesmo velho carro!" Essas são apenas algumas
das falsas profecias de Copeland, para não falar de suas falsas
doutrinas.
Falsos profetas continuam entre nós e, muitas vezes, são vistos e ouvidos em programas de rádio e televisão evangélicos.
As falsas profecias e as "palavras de conhecimento" proferidas pelos
associados de John Wimber e suas Igrejas Vineyard (da Vinha) encheriam
vários volumes. O reavivamento das gargalhadas que se originou em
Toronto e sua última variação (que se espalha como fogo no capim seco)
em Brownsville, Pensacola (Flórida/EUA), produziu uma nova geração de
falsos profetas. A falta de cumprimento é desculpada com a idéia de que
os profetas de hoje são "diferentes" e erros são normais durante o
processo de aprendizado, até que os profetas ganhem experiência. Imagine
Jeremias dizendo: "Eu erro muitas vezes, mas estou melhorando"!
Benny Hinn é o mais popular dos televangelistas/operadores de
milagres de hoje, e muitas de suas falsas profecias estão documentadas
no livro The Confusing World of Benny Hinn (O Confuso Mundo de
Benny Hinn). Em 31 de dezembro de 1989, Benny Hinn disse: "O Senhor
também está me dizendo que por volta de 1994 ou 1995, mas não depois
disso, Deus destruirá por fogo a comunidade homossexual americana... O
Canadá experimentará um poderoso reavivamento que começará na Colúmbia
Britânica, na costa oeste... nos próximos três anos." Basta uma falsa
profecia para estabelecer alguém como falso profeta, e as de Benny Hinn
são uma legião. Ele nem mesmo consegue dar seu testemunho correto. No
livretePTL Family Devotions (Devoções Familiares PTL) ele diz: "Eu fui salvo em Israel em 1968", mas numa mensagem de 1983, em Saint Louis, ele disse: "Foi no Canadá que eu nasci de novo, pouco depois de 1968". No entanto, no livro Bom Dia, Espírito Santo, ele afirma ter-se convertido em 1972, durante seu último ano no colegial. Mas ele abandonou a escola antes de chegar ao terceiro colegial. Afinal, quando é que ele foi salvo?
Obediência à Palavra
Por três anos, noite e dia, Paulo chorou e advertiu os presbíteros de Éfeso da apostasia que se aproximava e que alguns dentre eles seriam
os seus líderes (At 20.29-31)! Como é pequena nossa preocupação com a
condição espiritual da Igreja, quando comparada com a de Paulo! E qual
foi o remédio que ele ofereceu? Não foi batalha espiritual, nem jejum e
oração, mas obediência a Deus e à Sua Palavra: "Agora vos encomendo ao Senhor e à palavra da sua graça" (v. 32).
Há um grande movimento que promove "oração e jejum em busca de
reavivamento". Isso soa tão bem! Mas os líderes desse movimento se
recusam a dar ouvidos à Palavra de Deus, e promovem o ecumenismo e as
heresias! Não precisamos desse tipo de reavivamento! Precisamos de
arrependimento por não obedecermos à Palavra de Deus. Precisamos de
reforma, não de reavivamento! Há ocasiões em que oração e jejum são
errados. Depois da derrota em Ai, Deus disse a Josué que a oração era
imprópria porque Israel tinha pecado (Js 7.10-13). Que tragédia
experimentar um "reavivamento" liderado por falsos profetas que promovem
falsas doutrinas!
Nem todos os Adventistas do Sétimo Dia abraçam as heresias de Ellen
G. White. Oremos para que os líderes do Adventismo do Sétimo Dia admitam
as falsas profecias de Ellen White e se arrependam de suas doutrinas
erradas. Oremos para que líderes evangélicos enfrentem o fato de que
suas fileiras estão cheias de falsos profetas. Oremos por um grande
clamor contra doutrinas antibíblicas. Oremos para que os líderes
evangélicos de hoje corrijam fielmente os falsos profetas.
E que o restante de nós sejamos fiéis em nossas pequenas esferas de
influência. Que Deus nos ajude a amar a Sua Palavra, a meditar nela de
dia e de noite, a obedecê-la em nossa vida diária, e a lutarmos
firmemente contra a perversão dessa Palavra pelos falsos mestres e
falsos profetas de nossos dias. Que Sua Palavra seja de fato, nosso
guarda e guia! (Dave Hunt, TBC 3/97, traduzido por Carlos Osvaldo Pinto
— chamada.com.br)
Notas:
- History of the Church (vol. 2), 182; (vol. 5) 336.
- "Millions Now Living Will Never Die", The Watchtower (15 de julho de 1924), 89.
- The Watchtower, dezembro de 1941.
- Ellen G. White, The Great Controversy, 480.
- Ibid., 486-490.
- Ibid., 483.
- Ellen G. White, Testimonies for the Church (vol. 3), 530.
- Ellen G. White, The Spirit of Prophecy (vol. 4), 266.
- Ellen G. White, Early Writings, 234.
- Ibid., 75.
- Ibid., 15-16.
- Ibid., 35, 276.
- Ellen White, Testimonies, 131-132.
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/palavra_de_deus.html
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