O cenário está posto e os acontecimentos
na Terra são dirigidos pelo céu. Apocalipse 4 contém a visão registrada
do apóstolo João sobre a sala do trono nos céus, de onde se desdobram os
planos de Deus para Seu Reino terreno. Louvor contínuo é oferecido para
o supremamente santo Deus, cujos direitos como Criador estão próximos
de serem revelados.
O Livro Selado (Ap 5.11-14)
A cena enfoca um livro que ninguém é capaz de abrir, que está sendo
segurado pela mão direita de Deus. Ele contém o relato escrito do
programa de Deus para recuperar a terra amaldiçoada pelo pecado e
estabelecer Seu reino de paz e justiça.
Somente uma pessoa surge como sendo digna de tomar o livro e abrir seus selos: “o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi” (Ap 5.5).
A referência é a Jesus, o Messias, o único que é digno de tomar o livro
do plano mestre de Deus para o destino final da Terra e de abrir os
sete selos que o fecham. A morte sacrificial de Jesus proporcionou a
base para a expressão do juízo final que Deus conduzirá na história
humana, como será descrito adiante no Livro de Apocalipse.
João estabeleceu o palco e depois enfocou o livro. Esta cena mostra
Cristo quebrando os sete selos de cera que protegem a mensagem escrita
em ambos os lados – uma mensagem de juízo para os pecadores e de bênção
para o povo de Deus. Cada selo representa um juízo diferente. Os quatro
primeiros selos são uma unidade e mostram quatro cavaleiros cavalgando
por toda a terra, ecoando Zacarias 1.8-10 e Zacarias 6.1-8.
Os selos restantes revelam cenas mais amplas da ira de Deus, que
coloca o mundo sob juízo por sete anos de devastação, acabando com a
vida na Terra, do modo como a conhecemos. Apenas depois deste evento é
que a terra será preparada para o retorno do Messias de Deus, quando os
crentes “reinarão sobre a terra” (Ap 5.10).
Primeiro Selo: o Anticristo (Ap 6.1-2)
O primeiro cavaleiro vem em um cavalo branco. Diferentemente de
Apocalipse 19.11, em que o cavaleiro é Jesus Cristo, neste contexto o
cavaleiro é o Anticristo. Seu papel como conquistador é compatível com a
descrição que o Antigo Testamento faz do rei do final dos tempos que
conquista seus rivais para estabelecer sua própria autoridade iníqua (Dn
7.8,20-25).
Segundo Selo: A Guerra (Ap 6.3-4)
Batalhas mundiais estouram, como é simbolizado pelo cavaleiro em um
cavalo vermelho. As pessoas matarão umas às outras em guerras e
violência, marcando o início do período final da história do mundo.
Terceiro Selo: Fome (Ap 6.5-6)
Um cavalo preto surge com um cavaleiro segurando uma balança, que
simboliza o preço inflacionado dos alimentos como resultado da fome
causada pelas batalhas em larga escala do segundo selo.
Quarto Selo: A Morte (Ap 6.7-8)
A seguir vem um cavalo pálido, amarelo, “sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo” (Ap 6.8).
Ele anuncia a destruição de um quarto da população do mundo por causa
do efeito cumulativo da guerra, da pobreza e da fome. Além disso,
animais selvagens estarão soltos, aumentando a carnificina humana.
Hoje a população do mundo é de cerca de 7 bilhões. Imagine a morte
súbita de mais de 2 bilhões de pessoas, as populações atuais da China e
da Índia juntas; é algo incrivelmente amedrontador. Este é somente o
início do juízo de Deus para o mundo decaído, em preparação para Seu
Reino vindouro.
Quinto Selo: Martírio (Ap 6.9-11)
Aqui a cena muda da Terra para o céu, à medida que as vozes dos
mártires da Tribulação, em estado incorpóreo, clamam a Deus por
vingança. Esta cena é tanto encorajadora quanto grave. Ela revela que a
Tribulação produzirá muitos crentes em Jesus Cristo, mas também que
muitos deles serão mortos por causa de sua fé.
Esses crentes refletem o desejo pela justiça de Deus: “Clamaram
em grande voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e
verdadeiro. Não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a
terra?” (v.10). Deus fala a nós todos: “Não vos vingueis a vós
mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me
pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19).
Sexto Selo: Catástrofes Planetárias (Ap 6.12-14)
A terra e o céu começam a reagir à mão de juízo de Deus. Um poderoso
terremoto rearranja as montanhas e as ilhas em conjunto com
catastróficas perturbações solares e lunares, à medida que Deus abala os
céus e a terra (cf. Ag 2.21; Hb 12.26). João usou de linguagem
não-científica para descrever as trevas do Sol, a vermelhidão da Lua e a
queda das estrelas: “Sobreveio grande terremoto. O sol se tornou
negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, as estrelas do céu
caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte” (Ap
6.12-13).
Ele descreveu a aparência destes corpos celestes como resultado dos
quatro primeiros selos e de seus efeitos destrutivos sobre a atmosfera. A
Escritura do Antigo Testamento também revela o severo juízo de Deus por
meio de perturbações cósmicas (Êx 10.21-23; Is 13.9 10; Is 34.4; 51.6;
Ez 32.7-8; Jl 2.2,31; Jl 3.16; Am 8.9; Sf 1.14-15). Jesus citou Sofonias
quando disse: “Logo em seguida à Tribulação daqueles dias, o sol
escurecerá, a lua não dará sua claridade, as estrelas cairão do
firmamento, e os poderes dos céus serão abalados” (Mt 24.29).
Neste ponto, o terror tomará conta dos líderes mundiais, que ficarão
impotentes para impedir essas calamidades. A humanidade tentará em vão
esconder-se da ira do Cordeiro, “porque chegou o grande Dia da ira deles” (Ap 6.16-17).
A humanidade testemunhou breves explosões da ira de Deus, tais como
aquela quando Ele destruiu Sodoma e Gomorra por causa do pecado dessas
cidades (Gn 18.20; Gn 19.24-25), e quando Ele executou Ananias e Safira
porque mentiram (At 5.5-10).
Mas, como a atitude de paciência de Deus predomina, freqüentemente
nos esquecemos de Seu atributo de justiça. As Escrituras são claras ao
afirmar que Deus é tanto misericordioso quanto justo. Seu amor e Sua
misericórdia nunca amainam a Sua ira: “O Senhor é Deus zeloso e
vingador. O Senhor é vingador e cheio de ira; o Senhor toma vingança
contra os seus adversários e reserva indignação para os seus inimigos”
(Na 1.2). O tema da ira de Deus começa em Apocalipse 4 e continua
por todo o livro (Ap 11.18; Ap 14.10,19; Ap 15.1,7; Ap 16.1,19; Ap
19.15).
Os crentes em Cristo têm a promessa de completo livramento da ira de Deus na Terra e do eterno Lago de Fogo: “Porque
Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante
nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.9), “...que nos livra da ira
vindoura” (1Ts 1.10). Agora os pecadores estão acumulando contra eles mesmos “ira para o dia da ira e da revelação do juízo de Deus” (Rm 2.5).
Um dia Deus liquidará todos os pecados que os incrédulos depositaram
em suas contas. Aqueles que entrarem na Tribulação de sete anos sentirão
a ira de Deus de maneira sem paralelo, culminando com a sentença de
punição eterna no Lago de Fogo (Ap 20.15).
Sétimo Selo: Silêncio (Ap 8.1)
Depois de um interlúdio no qual o apóstolo João descreveu os 144 mil israelitas “servos do nosso Deus”,
que foram selados (Ap 7.1-8) e a grande multidão no céu (Ap 7.9-17), o
selo final é aberto. Em vez de conter uma descrição de juízo, o
resultado é: “Houve silêncio no céu cerca de meia hora” (Ap 8.1).
O sétimo selo reflete o descanso do shabbath na semana da criação, mas em um contexto completamente diferente. Após a criação, tudo na terra de Deus “era muito bom” (Gn 1.31);
agora, tudo na Terra está longe de ser bom. O planeta inteiro estará
sofrendo sob a maldição do pecado e do decreto da ira de Deus. O
silêncio é uma pausa antes do derramamento adicional da ira de Deus
através das sete trombetas. (William L. Krewson - Israel My Glory - chamada.com.br)
William L. Krewson é o diretor do Programa A Bíblia e Israel na Universidade Bíblica Filadélfia em Langhorne, Pennsylvania, EUA.
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/principio_do_fim.html
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