Várias pesquisas realizadas no Brasil
indicam que a grande maioria dos homens e 50 a 60% das mulheres têm
praticado ou praticam o adultério ou, como se diz na linguagem mais em
uso, “transam” com pessoas que não são sua esposa ou seu marido. Com a
ênfase dada ao sexo na TV, no cinema, na literatura, e até nas
instituições de ensino, chegando ao extremo da obsessão, não é de se
admirar que o homem secular, sem a convicção espiritual e os princípios
da Palavra de Deus, caia nesse pecado.
O crente em Cristo, porém, não cai nesse pecado. Ele entra nele aos
pouquinhos. Isso porque não observa a sinalização que o adverte do
perigo. Faz vista grossa a esses sinais porque, embora não deseje
precipitar-se no abismo da desgraça da imoralidade, quer sentir pelo
menos um pouco a gostosura dos seus prazeres. Assim, avançando sinal
após sinal, deixa a vida pegar embalo no caminho errado até ao ponto de
não conseguir mais fazer a manobra de frear para evitar o desastre. Diz,
então, que “caiu no pecado”, quando este, de fato, há tempo já estava
no seu caminho.
O primeiro sinal é falta de carinho e afeto na conversa e
relacionamento cotidianos com o cônjuge. A comunicação começa a
limitar-se a frases como: “Tive um péssimo dia no escritório hoje”; “Já
pagou a conta do dentista?”, ou, pior ainda: “Você já gastou todo o
dinheiro que lhe dei no mês passado?”; “Se você não comprar logo uma
geladeira nova, eu simplesmente vou parar de cozinhar”.
Quando você percebe que é difícil conversar com sua esposa ou seu
marido com aquela linguagem carinhosa que usava durante o namoro, tome
cuidado – é um dos primeiros sinais de perigo.
Perto desse sinal vem outro: a falta de conversa sobre assuntos
espirituais, a leitura da Bíblia em conjunto e a oração com a esposa.
Quando essas coisas não fazem parte da vida conjugal, é um sinal de
alerta. Prosseguindo nesse caminho pode haver adultério mais adiante.
Há mais sinais. Quando você começa a compartilhar os problemas de
relacionamento no lar com algum amigo ou amiga do sexo oposto, você está
aproximando-se mais do perigo. Freqüentemente essa outra pessoa tem
problemas também, e está disposta a ouvir, a conversar e demonstrar
simpatia, o que gera ainda mais intimidade.
Não demora muito para que aconteça o “toque inocente”. O patrão põe a
mão no ombro da sua secretária ao pedir que ela digite uma carta; ela
encosta seu corpo ligeiramente no dele ao entregar a carta pronta,
depois um abraço fraternal, um beijinho no rosto. Você argumenta que não
há nada de errado nisso, que é apenas amizade.
Quando você percebe que é difícil conversar com sua esposa ou seu marido com aquela linguagem carinhosa que usava durante o namoro, tome cuidado.
Aos poucos vocês estão gastando mais tempo juntos. “Acontece” que
saem para o almoço na mesma hora e “por que não almoçarem juntos”? Ela
precisa pegar o metrô para ir para casa; “por que não levá-la no seu
carro?” Você precisa trabalhar duas horas extras para terminar o
projeto, e ela, sendo boa amiga, fica também para ajudar. Se parar um
pouco para pensar, você perceberá que tem prazer na companhia dela ou
dele. Não, vocês não estão dormindo juntos mas estão em grande perigo.
Nessa altura, o sinal é um luminoso vermelho piscando a todo vapor.
Se você não retroceder, haverá um envolvimento emocional que
provavelmente o arrastará para a fossa fatal do adultério. E com
amargura de coração você dirá – “Caí no pecado”. Não, você não caiu...
você entrou nele aos pouquinhos.
O pastor Charles Mylander, num artigo publicado no periódico “Moody
Monthly”, sugere três áreas onde é preciso aumentar o controle para
evitar ser arrastado ao pecado do adultério:
Primeiro: Controle da mente
Adultério, como a maioria dos pecados, começa na mente. O crente em Cristo precisa levar“cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5). O apóstolo Paulo exorta o cristão a uma transformação “pela renovação da... mente” (Rm 12.2), e Jesus Cristo, no Sermão da Montanha, disse: “Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5.28).
A porta principal da mente são os olhos. E nessa área de imoralidade o
homem, muito mais que a mulher, precisa desenvolver o controle a fim de
ter uma mente pura. O homem que permite aos seus olhos o prazer de
assistir aos programas de TV que apelam para sexo a fim de obter mais
IBOPE (e são muitos); que toma tempo para folhear revistas como
“Playboy”, que deixa seus olhos analisarem o corpo das mulheres para uma
avaliação sexual, logo vai perder a primeira batalha contra a tentação.
Sua mente vai QUERER o adultério, e este querer só espera a
oportunidade para se realizar com a experiência.
A mulher também precisa praticar o controle. Talvez mais na maneira
de vestir-se do que pelo olhar. É interessante que a Bíblia exorta a
mulher a vestir-se com modéstia, bom senso, etc., e não o homem, isso
porque a mulher não é tão facilmente levada à tentação sexual pelos
olhos como o homem. Mas a mulher que é indiscreta na maneira de
vestir-se, sem dúvida, é cúmplice do diabo na tentação ao homem. A
admoestação da Bíblia de “glorificar a Deus no vosso corpo” (1 Co 6.20), com
toda a certeza inclui o cuidado que cada mulher precisa ter em não
provocar a concupiscência, revelando a beleza do seu corpo, seja por
falta de roupa adequada ou pelo uso de roupa colante. Argumentar que
“está na moda” não mudará em nada a opinião do Autor das Sagradas
Escrituras.
Segundo: Controle de palavras
A porta principal da mente são os olhos. E nessa área de imoralidade o homem, muito mais que a mulher, precisa desenvolver o controle a fim de ter uma mente pura.
O homem casado, ou a mulher casada, jamais devem usar as palavras
carinhosas de amor no trato com outras pessoas além do cônjuge. Nunca
compartilhe problemas de casa com amigos do sexo oposto. E não procure
conselho com alguém que tenha seus próprios problemas. Quem é perdedor
dificilmente ajudará outro a ganhar. Ao encontrar problemas sem solução,
procure conselho com alguém que descobriu a fórmula para constituir uma
família feliz e vive essa felicidade no lar. Muitos adultérios tiveram o
seu início na intimidade da “sala de aconselhamento”.
Terceiro: Controle de toque
Homens, não ponham suas mãos noutra mulher a não ser a sua própria
esposa. E, mulheres, não conversem com o homem em “Braille”. O prazer da
intimidade física é algo que Deus reservou para a santidade do
casamento. Sexo antes ou fora do casamento sempre contamina o sexo no casamento,
e o contato físico é um prazer que leva à consumação do desejo dessa
intimidade. É preciso avaliar sinceramente se os abraços e beijos que
damos e recebemos são uma expressão de estima recíproca ou um prazer
“inocente” que podemos desfrutar sem compromisso. Deus reconhece o nosso
desejo de intimidade, mas não aprova tal intimidade fora do casamento. “Por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” (1 Co 7.2).
O conselho de Salomão ainda é válido: “Bebe a água da tua
própria cisterna e das correntes do teu poço... alegra-te com a mulher
da tua mocidade... e embriaga-te sempre com as suas carícias... O que
adultera com uma mulher está fora de si; só mesmo quem quer arruinar-se é
que pratica tal coisa” (Pv 5.15,18-19; 6.32). (Haroldo Reimer - http://www.chamada.com.br)
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/adulterio.html
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