no livro de Gênesis, capítulo 28, uma narração muito significativa para a mensagem do evangelho de Jesus Cristo.
A história da fuga do patriarca Jacó, da cidade Berseba para Padã-Arã, traz à luz detalhes dos desígnios presentes no coração de Deus, desde o tempo antigo.
Desde lá a graça de Deus já se fazia entre os homens.
Esta história, que se passa há longínquos 3800 anos ou 1800 anos antes de Cristo, representa um lindo simbolismo da reflexão interior que o evangelho exerce no coração do homem.
A história da fuga do patriarca Jacó, da cidade Berseba para Padã-Arã, traz à luz detalhes dos desígnios presentes no coração de Deus, desde o tempo antigo.
Desde lá a graça de Deus já se fazia entre os homens.
Esta história, que se passa há longínquos 3800 anos ou 1800 anos antes de Cristo, representa um lindo simbolismo da reflexão interior que o evangelho exerce no coração do homem.
Jacó e Esaú
A simplicidade da curta afirmação presente no
texto do livro de aos Romanos 9:13, traz em si um contexto histórico,
cultural e espiritual riquíssimo, que ajuda a entender a decisão
sintomática de Jacó ao deixar a seu pai e mãe e sair em uma jornada de
aproximadamente
800 km entre Berseba, que ficava no extremo sul de canaã, para a cidade
de Arã que estava situada onde atualmente seria o sul da Turquia.
"Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú". Romanos 9:13
Para entendermos tal afirmação, de amor e
preferência por um e aborrecimento de outro, precisamos analisar todo
contexto em que ambos
estavam envolvidos. Sabemos que Deus não faz acepção de pessoas, e que o
aborrecimento de Deus é somente uma reação à má conduta humana.
Assim, neste contexto, Jacó e Esaú moravam com
Isaque e Rebeca, seus pais, em Berseba, uma cidade que estava inserida
em um pequeno deserto
chamado pelo mesmo nome, deserto de Berseba, na região do deserto do
Negev. Este é o mesmo deserto onde Abraão cavou um poço e onde ele e
Abimeleque, rei de Gerar
fizeram um pacto. Daí o significado do seu nome, "poço do juramento".
Este deserto era de um tipo chamado midbar ou
arabah, onde havia uma pequena quantidade de chuva ao ano, que
possibilitava vida animal
e vegetal e numa certa época podia-se plantar. Entretanto, na maior
parte do ano fazia-se necessário possuir habilidades para caça e muita
resistência física.
Esaú Habilidoso Caçador
Esaú, em sua força física, em seu vigor natural,
tornou-se habilidoso caçador. Caçar em uma região desértica exigia muita
robustez física
e mental. Suportar o calor do dia e o frio da noite. Vencer a solidão de
imensas áreas vazias em busca do alimento. Não havia supermercados como
nos nossos dias atuais.
Sair e caçar, trazer o sustento pra casa era essencial para a
sobrevivência da família.
Desta forma, Esaú sente-se poderoso na sua
cultura. Não dependia de ninguém. Acostumado a caçar e pegar o que
necessitava. Em sua força, quanto mais forte,
mais incrédulo se tornava. Quanto mais habilidoso, mais desprezava a
espiritualidade de um Deus invisível, intangível, intocável.
Ele passou a confiar na força do seu braço,
produto do seu conhecimento. Não cria no Deus que não se podia ver. E
essa incredulidade é confirmada pelo seu casamento com a mulher
hetéia, adoradora de astarote, e isso foi para Isaque e Rebeca como uma
"amargura de espírito". E por isso, por depositar sua confiança em si
mesmo, ele foi rejeitado por Deus.
"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!" Jeremias 17:5
Jacó porém era franzino. Jacó era mais delicado.
Voltado para sua mãe e para os afazeres domésticos. Não tinha a robustez
e o vigor físico de seu
irmão mais velho. Muito menos a sua habilidade na caça. Era considerado
mais fraco, mais dependente. A figura do guerreiro valente, do caçador
voraz,
do conquistador por suas habilidades e conotações físicas era dominante
naquela sociedade.
Se vista desta perspectiva humana, Esaú casado com
uma filha dos povos daquela região,
se preparava para herdar também os bens de seu pai Isaque e se tornar
senhor de tudo. Jacó porém na sua fraqueza, na sua incapacidade, crê nas
histórias do Deus
de Abraão que já começam a fazer sentido, aliar-se a um Deus que socorre
aos menos favorecidos.
Mas ele recorre ao engano e a trapaça para se
favorecer. Roubando assim a benção que seu irmão havia desprezado. Seu
nome toma assim uma conotação
de "enganador" e ele tem que fugir da ira de Esaú.
Olhando a história de Jacó, até este ponto, nada
de bonito, nada de extraordinário, nada de especial encontramos para que
justificasse
a afirmação de Deus "amei a Jacó e aborreci a Esaú". Em Abraão ao menos,
vemos Deus se aproximando de um homem de Fé. Por isso foi chamado o pai
da fé. Em Jacó
no entanto, vemos fraqueza, dependência, engano e trapaça. Qual a razão
então para o Deus perfeito se aproximar de um homem com tantas
imperfeições?
Aí vemos que Jacó é o não-razão para que Deus dele
se aproxime e ao mesmo tempo a própria razão dessa aproximação. Porque
se em Abraão Deus
se digna a aliança com um homem de fé e caráter, em Jacó Deus se digna à
sua graça de buscar e transformar um homem ainda pecador, cheio de
fraquezas e imperfeições.
Em Jacó a Graça de Deus começa a ser manifestada.
"Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores". Romanos 5:8
Jacó em Betel
Em Jacó Deus começa a revelar seus planos de
graça e misericórdia. Assim tendo Jacó andado cerca de 100 km, na altura
de Betel, a caminho da casa de seu
tio Labão, irmão de sua mãe, dorme sobre uma pedra e tem um sonho da
visão de uma escada, onde os anjos desciam e subiam, do céu a terra.
Esta visão é futurística e profética. A escada que
ele viu, que fazia a ligação entre a terra e o céu era um símbolo de
Jesus Cristo:
"E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem". João 1:51
Jesus é a escada que faz a ligação entre o céu e a terra. Ele é o único intermediador entre Deus e os homens.
Então na sua fuga, originada pela sua fraqueza e
seus erros, ou seja, na confissão da incapacidade de Jacó, Deus renova a
sua aliança que havia
feito com Abraão e Isaque.
O Reino de Deus Habita em Vós
Jacó porém ainda não entendia as particularidades
do Deus invisível. Ele vê a figuração da matéria como se fosse algo
concreto e tangível.
Entretanto, todas aquelas visões eram símbolos ou sombras, figuras das
coisas futuras que aconteceriam ou estavam no plano espiritual.
Aí Jacó unge a pedra onde dormiu, e chama o lugar
de temível, casa de Deus. Mas ele ainda não entendia que lugar temível é
o próprio coração humano.
"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens". Atos 17:24
A casa de Deus é o próprio ser humano. Jacó olhava
e não conseguiu discernir que o reino de Deus era ele mesmo. Ele era o
próprio templo de Deus.
Nós somos templos de Deus, porque Deus não habita em templos de pedras
ou tijolos.
"E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está dentro de vós". Lucas 17:20-21
Vós sois o templo de Deus, onde o Espírito Santo
habita. Desde a antiguidade o pai tem demostrado a sua compaixão pela
humanidade perdida.
Mesmo em suas fraquezas, confesse a Deus a sua incapacidade. Não se ache
bom, perfeito.
Não espere que você melhore, não espere que você
mesmo se justifique. Aceite a graça do pai. lembre-se que a graça de
Deus foi derramada com amor sobre todos os homens.
Esse amor é tão grande e profundo que doou-se a si mesmo, sendo esmagado
na cruz, fazendo de simples pecadores, herdeiros de Deus.
fonte: http://www.rudecruz.com/a-fuga-de-jaco-e-a-visao-da-escada.html
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