A Galiléia no Tempo de Jesus

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No que tange à vida do nosso Mestre e Senhor Jesus Cristo, a Glaliléia é sem dúvida a província de maior destaque em toda a antiga Palestina.

Galiléia vem do hebraico "Galil", empregada desde o Antigo Testamento, que significa círculo ou distrito.

O historiador Josefo desde o primeiro século já descrevia a Galiléia em seus escritos. Seu texto nos oferece uma boa oportunidade de conhecer melhor os aspectos físicos e limites territoriais da Galiléia.

Limites Físicos da Galiléia

No primeiro século de nossa era, a Galiléia era limitada a sudoeste pela cordilheira do Carmelo. A Galiléia se estendia a sudeste, até Citópolis; a leste, chegava ao Jordão e ao lago Tiberíades; ao norte, até os confins de Tiro; e a nordeste, até o pé do Hermom.
Estava dividida em duas partes: Ao norte, a Galiléia superior, que compreendia a região das montanhas mais altas; e ao sul, a Galiléia inferior, que foi a Galiléia de Jesus.
mapa da galileia 
Mapa da Galiléia no Tempo de Jesus.


Os Galileus

Josefo afirmou que os galileus eram muito laboriosos, ousados, corajosos, impulsivos e fáceis de irar-se. Ardentes patriotas, os galileus suportavam, a contragosto, o jugo romano.

Estavam mais dispostos aos tumultos e sedições do que os judeus de outras províncias (Lc 13.2; At 5.37). O Talmude acrescenta que os galileus davam mais importância à honra do que ao dinheiro.

A Galiléia dos Gentios

Embora a população fosse judaica em sua maior parte, porém devido à localização da província, aberta ao norte e vizinha da Fenícia e Síria, essa população vivia inevitalvelmente em contato com os pagãos dos arredores, alguns dos quais estabeleceram-se em seus territórios.

Por isso, já na época de Isaías, usava-se a expressão "Galiléia dos gentios" (Is 9.1), que Mateus chama de "Galiléia das nações" (mt 4.15).
Essa convivência havia influenciado o espírito dos galileus, motivando certo relaxamento no fervor religioso, que era digno de elogio, ao menos no respeito às tradições farisaicas, que os galileus encaravam com certa liberdade.
Daí o motivo de seus irmãos da Judéia os tratarem com desdém. Certa vez, os doutores de Jerusalém disseram a Nicodemos: "És tu também da Galiléia? Examina, e verás que da Galiléia nenhum profeta surgiu" (Jo 7.52).

A Dicção dos Galileus

Uma das características dos habitantes da província da Galiléia era sua defeituosa pronúncia do idioma falado naquela época da palestina. Isso contribuía, e muito, para colocá-los em condição de inferioridade aos olhos dos bons falantes da Judéia e de Jerusalém; e isto provocava muitas injúrias e sarcasmos.
Expressões estranhas, descuidos gramaticais, sotaque especial, pronúncias indistintas de algumas letras, tudo isso denunciava os galileus no momento em que falavam. Isso nos permite compreender por que Pedro foi imediatamente reconhecido como galileu por sua linguagem no pátio do palácio de Caifás (Mt 26.73).

Cidades da Galiléia

A encarnação do Filho de Deus e sua vida pessoal, enchem de glória a cidade de Nazaré, a flor da Galiléia. Do alto da colina que a domina, pode-se estender o olhar até Séforis, que segundo Josefo, era a cidade mais importante de toda a província.
Nela residiu o Sinédrio durante algum tempo, depois da destruição de Jerusalém pelos romanos, antes de estabelecer-se em Tiberíades.
Tiberíades foi construída por Herodes Antipas, na margem ocidental do lago que costuma ser designado com seu próprio nome. Ela foi assim chamada em honra ao imperador Tibério. Não longe dela, ao sul, existem fontes termais, águas ferventes, diz o Talmude, que ainda hoje são frequentadas.
Na margem mais ao norte, erguiam-se algumas cidades que ocuparam um considerável lugar na vida pública de Jesus: Cafarnaum, Betsaida, Magdala e Corazim.
Na planície de Esdrelom, temos de citar Naim, situada ao sul do Tabor; Caifa, a Gathefer do Antigo testamento, ao pé do Carmelo; um pouco mais ao norte, São João de Acre, na baía do mesmo nome.
Na Galiléia Superior, via-se a noroeste do lago, a cidade de Safade, erguida sobre uma altura de onde ainda hoje se pode contemplar um belíssimo panorama. Acredita-se que nela Jesus tenha se inspirado para um trecho do Sermão do Monte (Mt 5.14), quando fala da cidade que não poderia permanecer oculta.
Em direção oposta, acompanhando o curso do Jordão até uma de suas fontes principais, encontrava-se Banias, a antiga Banéias, chamada nos tempos evangélicos de Cesaréia de Filipo.
A ela está unida a recordação de um dos mais significativos episódios da vida de Jesus (Mt 16.13-20).

fonte:http://www.rudecruz.com/a-galileia.html

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