Wilma Rejane
“E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres, Abraão, porém as enxotava” Gênesis 15: 11
No dia em que as aves de rapina apareceram para Abraão, ele estava
fazendo um concerto com Deus, uma aliança. Alguns animais foram partidos
ao meio e dispostos em uma pedra como oferta de sangue, o sinal da
presença de Deus no lugar e da confirmação da aliança, era o fogo,
passando entre as metades. Aquele era um momento especial e decisivo,
pois representava mudanças: Abraão iria caminhar com Deus, com destino
as promessas reservadas para ele e sua descendência. Além das aves de
rapina, tentando roubar, comer, despedaçar a oferta de Abraão, um outro
acontecimento merece destaque: um profundo sono cai sobre o homem de
Deus e como revelação, ele ouve que sua semente seria afligida por
quatrocentos anos, até ser liberta, com grandes despojos. Estas palavras
se referem a servidão dos hebreus no Egito e a libertação através de
sinais e maravilhas.
Amados leitores, nenhum detalhe ocorrido naquele dia na vida de Abraão
deve ser desprezado. Não somos nós judeus, filhos da Antiga Aliança, mas
como filhos da Promessa, dos que vivem pela fé em Cristo Jesus
ressuscitado, somos herdeiros das mesmas bençãos: “ Sabei, pois, que os
que são da fé, são benditos como o crente Abraão” Gálatas 3:7. E este,
que recebeu a herança da vida eterna com Deus, a recebeu pela fé. Crendo
no invisível. Essa herança também nos pertence: a vida eterna com Deus e
o caminhar com Ele. Porém, em determinados momentos da vida, vamos
viver tão intensas lutas que duvidaremos da benevolência de Deus para
conosco. Não duvidaremos de Deus, mas de Seu favor para conosco. Ora,
olhemos para a caminhada de Abraão em direção a terra prometida. Olhemos
para Cristo Jesus, autor de uma Aliança de sangue feita para judeus e
gentios.
O caminho para eternidade é glorioso e trabalhoso. As aves de rapina
descendo sob a oferta de Abraão, representam a ação do adversário
tentando nos roubar as bênçãos, a realização das promessas de Deus para
nós. “Abraão as enxotava”, as afugentava, colocando-as distantes. Nossas
orações, fé, perseverança em servir a Deus, enxotam as aves de rapina
de nossas vidas. Enxotemos, enxote-mo- as! É quando passamos a conhecer a
Deus, que tomamos conhecimento de que o mal também é real. Viver é
lutar, mas uma luta que não se vence por força humana apenas. Para
batalhar no mundo espiritual, é preciso usar armas espirituais. Jesus,
nos alertou sobre as aves de rapina, na parábola do semeador:
E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na; Mateus 13:3-4
Aves de rapina comendo as sementes. A Semente é a Palavra de Deus, as
aves são o Maligno (Mt 13:19). Mas não são essas sementes apenas as que
interessam ao Maligno. No dia da aliança entre Deus e Abraão, no dia em
que ele enxotava as aves, Deus lhe falou de uma outra semente que seria
escravizada, em trevas, mas depois seria liberta. Essa semente era a
família, os descendentes de Abraão. Essa semente somos nós, nossa
família e nossa descendência. Aqueles por quem choramos, oramos em
gemidos, tantas vezes porque ainda não compreendem que Deus os ama e
quer salvá-los para eternidade! Mas como Abraão caminhou em direção a
Canaã, devemos caminhar, sem recuar, sabendo que Jesus Cristo, também
sofreu com essas aves de rapina, perseguiram-no até a morte. Tentaram
roubar a Promessa de Abraão ao ofertarem-lhe a escrava Agar. Mas a
alegria chegou, Jesus ressuscitou e caminha conosco. Isaac nasceu, o
filho da Promessa, da qual também somos herdeiros!
Essa reflexão é para nos dizer que somos filhos, amados, guardados,
sobre a Aliança de Cristo. Vivemos pela fé, e enquanto vivermos, essas
aves de rapina nos rodearão para roubar, matar, destruir, o que Deus
reservou para nós. Abraão venceu, Cristo venceu. Paulo, Pedro, João,
Marias, Tiago s, Madalenas, eu e você venceremos. Não somos maiores, nem
melhores, nem precisamos ser, porque maior é Deus que nos deu Cristo,
Este que habita em nós e nos sustenta na caminhada. Ele é o cheiro suave
que nos torna agradáveis a Deus, nosso Amado (II Coríntios 2:15). Essa
reflexão é para dizer: não desista de crer, não desista de seguir em
direção a Canaã, não desista de adorar, não desista de enxotar as aves!
Lutemos pelas sementes que Deus nos entregou, sabendo que o poder para
torna-las em árvores e frutos pertence ao Senhor, somente. Somente ele
pode gerar o Isaac da promessa, somente Ele pôde ressuscitar o Cristo da
nossa graça. Nós cremos Senhor, sê conosco para vencermos esse mundo.
Deus nos abençoe
fonte: http://www.atendanarocha.com/2013/09/aves-de-rapina-e-as-sementes.html
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