A porta de saída da depressão

João Cruzué
 
Então pela graça de Deus, eu comecei a observar com atenção meus próprios pensamentos. Mesmo ainda sem experiência, dizia para mim mesmo: " Jesus há de me tirar desse buraco. Eu vou voltar a trabalhar e vou ter paz e ser feliz de novo. Dois minutos depois, não é que eu começava a pensar nessas possibilidades e assim vencia a provação do dia? Era uma luta constante, todo dia.

Quando você põe um vigia à porta da sua mente, para observar seus próprios pensamentos, você pode atacar uma das fontes do problema que é maligna. Com cristão, eu creio na Bíblia Sagrada como a Palavra escrita de Deus. E na Bíblia, a mente é também chamada de "coração e no livro de Provérbios. Lá está escrito: " Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração porque dele procede as saídas da vida." (Provérbios 4:23)

Uma coisa, muito importante você precisa saber: há muitas pessoas que estão passando pelo mesmo problema. Outras passam problemas bem maiores. Portanto você não está sozinho nisso. Faz parte do cotidiano. E como eu dizia antes, é importante vigiar os próprios pensamentos, quem sabe a origem de sua depressão é apenas um montinho de areia que diante de seus olhos parece uma grande montanha? Analise bem isto comparando com o que você ouve e lê.

Se você já é cristão, vou lembrar deste versículo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao diabo, e ele fugirá de vós." É o que está escrito na Carta de Tiago, 4:7. Uma forma de sujeição a Deus é através da oração. Ele ensinou bater, e bater, e continuar batendo. Insistindo. Recomeçando. Teimando.

Quando eu orava, conseguia mudar os sentimentos do meu coração. A tristeza ia saindo como a escuridão da noite, quando vem a manhã.

Orar, aqui, não se trata de repetir "Pai Nossos" nem "Ave Marias", estou falando de um conversa franca e sincera com Deus. Como um namoro. Só a oração pode fazer o milagre de mudar nossos sentimentos, pois, quando você ora, você traz a presença de Deus para perto e afugenta os pensamentos de origem maligna. A propósito, você já aceitou Jesus, como Senhor da sua vida? Se é um crente afastado, já buscou uma reconciliação? Enquanto alguma sujeira estiver em nosso coração, ela vai impedir que nossa oração suba até o Trono da Graça, onde está Deus.


Certa vez, recebi a carta de um jovem presidiário, contando sobre seus dias no "Piranhão" de Taubaté. Após ter cometido um crime hediondo, ele foi jogado lá. E todo dia ele acordava com uma enorme dor de cabeça. E com um pensamento insistente, uma voz que dizia: "Você já fez isso e aquilo, envergonhou seus pais e seus vizinhos; seus amigos não gostam mais de você; de fato você não presta e não deve mais viver. Por que não se mata?

Todo dia era a mesma pressão. E a fonte era maligna.

De vez em quando ele punha um lençol no pescoço, subia na cadeira, amarrava o lençol em algum lugar alto, e quando dava por si, estava a um passo do suicídio. Ele contou que, nos piores momentos, antes de tentar se matar, ele se lembrava dos tempos de criança, dos momentos em que passeava com o pai andando pela feira comendo pastéis. Aí, a corrente maligna se quebrava, ele voltava a si , descia da cadeira e desatava o nó do lençol no pescoço.

Há um sábio provérbio que diz "A mente vazia é oficina do diabo".

A oração muda o foco do seu pensamento. Mas tem outra coisa tão boa quanto.

Na carta de Tiago está escrito: "Sujeitai-vos, pois, a Deus". Sujeitar-se não é apenas orar, quer dizer fazer aquilo que Deus aprova e deixar de fazer o que não o agrada. A oração pode levar você até a presença de Deus ou fazer você sentir a paz de espírito. Deus tem um desejo intenso de nos abençoar, mas espera que de nossa parte também haja uma reconciliação por meio de Jesus, para que ele possa responder nossas orações e nos orientar.

Quando a vontade de Deus domina sobre nossa vontade, a depressão não tem mais sustentação. Nossos olhos são abertos e podemos ver dezenas de saídas. É por isso que o texto completo escrito na Carta de Tiago é: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vos.

"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".Romanos 12:2. É uma seqüência de degraus para cima: boa, agradável e perfeita. Nos últimos anos de provações, 2001 a 2003, o Senhor orientou-me quanto ao que fazer para realizar Sua vontade. O carteiro veio e colocou uma carta de um preso no meu portão. Por que eu sabia que aquilo era da parte de Deus? Porque o destinatário da carta tinha os dizeres de um carimbo para folhetos que eu havia perdido há seis anos. Imagine você recebendo a resposta de uma coisa feita seis anos atrás? A probabilidade é muito pequena, não acha?

"Lança o teu pão sobre as águas, pois, depois de muitos dias o acharás" Ao manusear e entender o conteúdo daquela carta, o Espírito Santo, naquele momento, lembrou-me esse versículo acima de 11 de Eclesiastes. É por isso que afirmo: nossos pensamentos podem ter três fontes diferentes: a nossa, a maligna e a Divina. E foi seguindo a voz do Espírito que por dois anos e meio nos ocupamos com um dos melhores trabalhos que Deus nos orientou a fazer, que era de recolher literatura cristã usada, e pelo correio, entregá-la em caixas para grupos de cristãos dentro de penitenciárias do interior paulista.

Para não ir tão longe, nos tempos que andei deprimido por vários fatores, sendo o maior um desemprego de 11 anos, a receita que segui e que me tirou do corredor da morte ou do fundo do poço foi: a vigilância dos meus pensamentos, a oração constante e solitária enquanto caminhava por ruas e estradas tranqüilas e por fim executando um trabalho social e cristão que era de escrever cartas de aconselhamento cristão para presos.

Enquanto coletava literatura usada, para depois mandar pelo correio e escrevia "cartas sociais" fiquei conhecendo grupos de presos cristãos em 48 presídios. Contribuímos com literatura com 29 deles, e com muito orgulho, no bom sentido, guardo em uma caixa de papelão, cerca de umas 500 cartas que recebi do cárcere. Esta ocupação trazia a me um senso de utilidade, tirava o foco dos meus problemas. Lembro-me que na madrugada de um certo dia, pus no papel e orei por um plano de mandar uma tonelada de literatura cristã para grupos de presos em 50 penitenciárias. E depois que se passaram dois anos atingiu o resultado que está descrito neste parágrafo. Foi a oportunidade que o Senhor me deu para melhorar a minha auto estima.

Vigiar os pensamentos, orar todo dia, de preferência caminhando - aliando o exercício físico à oração, se ocupando com algum trabalho cristão enquanto seus dias de vitórias se aproximam. Depois, testemunhando para a Glória de Deus, como eu, pois do lado do Correio aonde postava as cartas para o cárcere tem um grande Hospital. E, mesmo com 48 anos, em 2003, Deus deu um basta em minha provação ao enviar alguém em minha casa, para dizer que aquele Hospital estava precisando de um contador. O Senhor preparou aquela oportunidade para dar em minhas mãos o melhor emprego que jamais tive.

Apesar de ter trabalhado em quase todos os ramos de contabilidade, de contabilidade pública eu não entendia nada. É a mais complicada. Mas como foi o Senhor quem abriu a porta, tive a oportunidade de aprender praticando - a melhor forma de aprendizagem para meu caso.

Eu sei que Deus pode permitir que passemos por lutas de todos os tipos e tamanhos, crises e depressão. Mas não vamos passar sozinhos. Mexa-se!

"Mas graças a Deus, que nos dá a vitória, por Nosso Senhor Jesus Cristo"


Cruzué escreve o Olhar cristão e colabora com o Tenda na Rocha 


fonte:http://www.atendanarocha.com/2013/12/guardando-as-portas-do-coracao-para.html#more

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