A América não é mencionada nenhuma vez na Bíblia,
sugerindo que será de alguma forma mutilada ou retirada do cenário
(Glenn Beck, abril de 2009).
Uma questão importante
na profecia bíblica é: onde estão os Estados Unidos no final dos tempos? Já me
fizeram essa pergunta tantas vezes que decidi escrever um livro para abordar
todas as questões relacionadas com os EUA na profecia bíblica. O livro se chama The Late Great United States: What Bible Prophecy Reveals about America’s
Last Days (A Agonia dos Grandes Estados Unidos: o Que a Profecia Bíblica
Revela Sobre os Últimos Dias da América). A tese do livro é que a América não é
mencionada na Bíblia, seja direta ou indiretamente, e que esse silêncio é
significativo. As Escrituras revelam que a principal superpotência no final dos
tempos, pelo menos na época do meio da Tribulação, será um Império Romano
reunificado (Apocalipse 13.4). Essa dominação européia apenas pode ser
explicada à luz do declínio da América.
John
Walvoord não vê um papel importante para os EUA no final dos tempos. “Embora as
conclusões relativas ao papel da América na profecia do final dos tempos sejam
inevitavelmente baseadas em suposições, as evidências bíblicas são suficientes
para se concluir que naqueles dias os EUA não serão uma superpotência e
aparentemente não figurarão com proeminência nos aspectos político, econômico
ou religiosos do mundo”.[1] Charles Ryrie concorda:
A Bíblia
deixa bem claro o destino de muitas nações. A Babilônia, a Pérsia, a Grécia,
Roma, o Egito, a Rússia, Israel... Mas não acontece o mesmo com os Estados
Unidos. (...) O silêncio da Bíblia no que se relaciona ao futuro dos Estados
Unidos pode muito bem significar que eles não terão nenhum papel de relevo no
drama do final dos tempos. Não é necessário que o nome de uma nação seja
mencionado para que ela seja identificada na profecia bíblica. Quando Ezequiel
descreveu a futura invasão russa, ele usou a frase “das bandas do norte” (Ez
38.15). Certamente algum profeta teria predito algo sobre aqueles países ou
povos nas partes longínquas do Ocidente se Deus tivesse pretendido um papel
importante para eles no Hemisfério Ocidental no final dos tempos. O fato é que
nenhum profeta o fez...
Em vez disso, somos levados a
concluir que os Estados Unidos serão neutralizados, subordinados ou eliminados,
tendo assim uma atuação pequena ou nenhuma atuação nos assuntos políticos e
militares do final dos tempos.[2]
Para
falar a verdade, eu não quero ver a decadência dos Estados Unidos. Amo este
país; contudo, parece-me improvável que os Estados Unidos terão um papel-chave
no final dos tempos. Mas, o que poderia reduzir a América a um papel
subalterno? Que tipo de acontecimento poderia fazer com que a América caísse de
joelhos? Embora não possamos falar com certeza sobre isso, uma vez que a Bíblia
não oferece esclarecimentos a respeito, podemos fazer algumas suposições
baseadas em um certo conhecimento. Vários cenários plausíveis se encaixam na
atual situação mundial. Eles poderiam ocorrer individualmente ou em uma
combinação fatal. No último ano temos testemunhado grandes transformações em
três frentes que ameaçam a continuação do papel da América como a superpotência
mundial. Essas três frentes são a condição moral interna dos EUA, a ameaça externa
por meio do terrorismo nuclear, e o perigo econômico de um papel cada vez mais
reduzido para a América e para o dólar. Vejamos de modo resumido alguns dados
atualizados sobre essas áreas. Sinto dizer que a notícia não é boa.
Combustão Interna
Robert
Bork, em seu livro Slouching Towards Gomorrah (Despencando em Direção a
Gomorra) diz: “A cultura americana é complexa e se recupera com facilidade. Mas
também não se deve negar que há muitos aspectos de quase todos os ramos de
nossa cultura que estão piores do que jamais estiveram e que a podridão está se
alastrando”. É triste, mas é verdade. O desastre nacional de quase 50% de
nascimentos de filhos ilegítimos, uma indústria de pornografia de 12 bilhões de
dólares ao ano, e 50 milhões de abortos desde 1973 são flagelos terríveis no
cenário nacional americano.
Além
disso, o movimento homossexual continua a impulsionar suas ações, confirmando
tragicamente a descida cada vez mais intensa para dentro da espiral mortal do
julgamento descrito em Romanos 1.24-31. O casamento homossexual foi legalizado
em Massachusetts e em Connecticut já há algum tempo, e outros estados o estão
legalizando agora. A Suprema Corte de Iowa anulou a proibição legal do
casamento gay em abril de 2009. Casamentos de pessoas do mesmo sexo foram
legalizados em Iowa em 27 de abril de 2009. Vermont, que permite uniões civis
de gays e lésbicas há dez anos, tornou-se o primeiro estado a aprovar uma lei
sancionando casamentos de pessoas do mesmo sexo. A assembléia legislativa do
estado reuniu votos suficientes para suplantar o veto do governador. Casamentos
entre pessoas do mesmo sexo serão legalizados naquele estado a partir de 1º de
setembro de 2009. Maine também aprovou casamentos de pessoas do mesmo sexo.
Outros estados estão considerando uma legislação semelhante à medida que os
dominós continuam a cair. A revolução sexual de Romanos 1.24-25 foi seguida com
uma rapidez chocante pela revolução homossexual de Romanos 1.26-27.
A
ridicularização e o escarnecimento da miss Califórnia no concurso Miss Estados
Unidos e a legislação federal para crimes de ódio são outros dois exemplos da
corrida acelerada para silenciar qualquer fala ou ação oposta à
homossexualidade e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. A América está
sofrendo de uma hemorragia interna. Bárbaros e vândalos da podridão moral estão
avançando sobre nós.
A Frente Nuclear
A horrenda ameaça de um onze de setembro nuclear está aumentando.
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O
Paquistão está em perigo crescente de tornar-se o Talibanistão. A região
Noroeste do país já poderia ser descrita como um “pequeno” Talibanistão. Há um
medo real e crescente de que o governo instável do Paquistão possa estar
correndo o risco de se render ao Taliban. O dailymail.co.uk informou que “o
Paquistão chegou à beira de um colapso, quando os guerrilheiros do Taliban
ameaçaram devastar aquele volátil país”. O LA Times (8 de maio de 2009)
publicou um artigo intitulado “O Paquistão no Precipício?” O general David
Petraeus, chefe do Comando Central dos Estados Unidos, admoesta que o Taliban
representa uma ameaça “contra a própria existência do estado paquistanês”. A
prioridade número um dos Estados Unidos é salvaguardar o arsenal nuclear de
Islamabad. O arsenal nuclear do Paquistão totaliza pelo menos 55 ogivas
nucleares. Permitir que essas armas caiam nas mãos do Taliban não é uma opção.
Além da ameaça do Paquistão, a Coreia do Norte continua a insultar o mundo com
seu programa nuclear, e o Irã está próximo de cruzar a linha de chegada
nuclear. A horrenda ameaça de um onze de setembro nuclear está aumentando.
É a Economia, Estúpido!
Thomas
Macauley, um parlamentar britânico, escreveu em 1857 estas palavras sensatas
sobre os Estados Unidos: “Sua República será tão terrivelmente despojada e
devastada pelos bárbaros do Século XX quanto foi o Império Romano no Século V,
com a seguinte diferença – os bárbaros e os vândalos que assolaram o Império
Romano vieram de fora, e os seus bárbaros e vândalos estarão engendrados em seu
próprio país”. Tragicamente, estamos testemunhando isso hoje, tanto na frente
moral quanto na econômica.
O tsunami
econômico está sendo alavancado pelos poderosos líderes mundiais como uma
oportunidade incrível de mover drasticamente o mundo em direção a uma economia
global e a uma moeda mundial. A recente reunião do G20 em Londres, denominada
“A Cúpula de Londres 2009”, confirmou essa virada brusca para a esquerda, para
longe da proeminência americana e em direção à globalização. Em 6 de abril de
2009, a revista Time publicou o artigo “Será que o Todo-Poderoso Dólar
Está Arruinado?”, uma crônica sobre o consenso cada vez maior de que o sistema
de reserva do dólar está com os dias contados. O primeiro-ministro britânico
Gordon Brown disse que os dias da primazia dos Estados Unidos acabaram e que
“problemas globais requerem soluções globais”. A reunião do G20 é a onda do
futuro. Ela tem sido chamada de “o arquétipo das futuras negociações globais”.
“É a passagem de uma era”, disse Robert Hormats, vice-presidente da Goldman
Sachs International, que ajudou a preparar as reuniões de cúpula dos
presidentes Gerald R. Ford, Jimmy Carter e Ronald Reagan. “Os Estados Unidos
estão se tornando menos dominantes enquanto que outras nações estão se tornando
mais influentes”.[3]
O fato de
que as reservas da América estão diminuindo não é uma grande surpresa. O
débito nacional da América está agora nos inacreditáveis $11 trilhões
de dólares... e aumentando.
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O fato de
que as reservas da América estão diminuindo não é uma grande surpresa. O débito
nacional da América está agora nos inacreditáveis $11 trilhões de dólares... e
aumentando. Os números no infame relógio de débito da América, próximo à Times
Square em Nova Iorque, têm dado tantas voltas quanto os ponteiros do medidor de
energia elétrica de Clark Griswold [personagem fictício da comédia Férias em
Las Vegas, estrelado por Chevy Chase]. As principais instituições
financeiras foram nacionalizadas. Muitos observaram que a América está a
caminho do socialismo. A matéria de capa que chamou a atenção na revista Newsweek de 16 de fevereiro de 2009 foi: “Agora Somos Todos Socialistas”. Aquela mesma
edição da Newsweek publicou um artigo intitulado “O Governo Onipresente
Está de Volta – Com Toda a Força”, que destaca o fato de que mais e mais
americanos estão esperando que o governo lhes dê suporte financeiro. Direitos
que vão do berço à sepultura levaram ao que está sendo apelidado de “um
estado-babá”. As palavras de Thomas Jefferson são um severo lembrete e uma
admoestação: “Um governo que é grande o suficiente para dar a você tudo o que
você quer, é forte o suficiente para tomar de você tudo o que você tem”. De
acordo com a Bíblia, esse é exatamente o lugar para onde tudo finalmente rumará
sob o poder do Anticristo.
A
recessão nos Estados Unidos está tendo um efeito devastador sobre as conquistas
sociais. Em 2008, o débito dos Estados Unidos era de 41% da economia; em 2010
será de 62% da economia – um aumento de 50% em apenas dois anos. Esse tipo de
endividamento é insustentável. O Sistema de Saúde já está pagando mais que
recebendo. Isso começou a acontecer pela primeira vez no ano passado. O fundo
de reserva instituído para atender ao Sistema de Saúde ficará insolvente em
2017. A Seguridade Social estará pagando mais do que recebendo em 2016 e estará
falida em 2037. A revista Time (24 de março de 2008) pode estar certa:
“O século XXI subverterá muitos dos nossos pressupostos básicos sobre a vida
econômica. O século XX viu o final da dominação européia sobre a política e a
economia globais. O século XXI verá o fim da dominação americana”.
O Fim da América
Acrescente
o Arrebatamento a todos estes problemas e a América se tornará uma nação de
segunda categoria em um piscar de olhos. O Arrebatamento mudará tudo! Embora
haja crentes em todas as nações, os EUA possuem uma porcentagem maior de
crentes do que qualquer outra nação na terra. Pense no Dow Jones no dia
seguinte ao Arrebatamento. Na falência dos bancos. A retirada imediata do sal e
da luz dos Estados Unidos pode ser o julgamento final de Deus sobre a América.
O Que Podemos Fazer?
Ninguém sobre a terra sabe
quando o Arrebatamento irá acontecer e quando a América cairá. Nesse ínterim,
os americanos não devem esquecer de seguir a política doméstica de Deus para a
sua nação, através da oração sincera por ela e pelos seus líderes (1 Timóteo
2.2) e de uma vida de retidão (Provérbios 14.34); lembrando-se também de
cumprir com a política de Deus para os estrangeiros, através do
compartilhamento das boas novas com as nações (Romanos 10.15) e abençoando o
povo judeu (Gn 12.1-3). Devemos nos lembrar que o destino de uma nação não
depende em último caso da política, dos poderes militares, mas da justiça, da
bondade e da misericórdia. (Pre-Trib Perspectives - Mark Hitchcock - http://www.chamada.com.br)
O Dr. Mark Hitchcock é pastor da Faith Bible Church (Igreja Bíblica da
Fé) em Edmond, OK (EUA). Ele é autor de diversos livros sobre as profecias
bíblicas e membro do Grupo de Estudos Pre-Tribulacionistas.
Notas:
- John F. Walvoord, The Nations in Prophecy (Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1967), 175.
- Charles C. Ryrie, The Best is Yet to Come (Chicago: Moody, 1981), 109-110.
- Rich Miller and Simon Kennedy, “G-20 Shapes New World Order With Lesser Role for U.S”., Markets Bloomberg (April 3, 2009).
fonte:http://www.chamada.com.br/mensagens/agonia_eua.html
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