Wilma Rejane
“E Ele lhes cumpriu o seu desejo, mas enviou magreza às suas almas” Sl 106:15
“E Ele lhes cumpriu o seu desejo, mas enviou magreza às suas almas” Sl 106:15
Quarenta
anos caminhando pelo deserto na companhia de Deus. De dia uma coluna de
nuvem os guiava pelo caminho, de noite uma coluna de fogo para os
iluminar. Dia e noite Deus com eles. Todos tinham um destino geográfico e
espiritual a alcançar: os territórios da promessa Divina, da aliança
entre Deus e seu povo. Não apenas isso, os Israelitas precisavam
aprender a fazer escolhas, discernir entre bem e mal. Voz de Deus e voz
de homem. Oportunidades de prosperar e ciladas dos inimigos.
Parece
improvável que diante de tantas provas de amor e proteção Divina,
sinais e maravilhas, os israelitas ainda optassem por caminhos errados,
escolhas desastrosas. Porém, acontecia. E por muitas vezes as escolhas
erradas do povo geraram más consequências no individual e no coletivo.
Homens
pensam e escolhem o tempo inteiro, assim é que se constrói (ou destrói) a
vida. Escolher é separar um
entre muitos, e para cada um que se separa segue-se um conjunto de
outros.
O filósofo Kant disse que nossas
escolhas não apenas definem o que somos, mas o que os outros podem vir a
ser. Nossas escolhas formam uma reação em cadeia. O mundo vive essa
reação onde a soma das escolhas dos habitantes do planeta terra o torna
um lugar melhor ou pior de se morar. É óbvio que a vida é feita de
escolhas, as fazemos naturalmente, não é mesmo?! O problema que persiste
em nós, é o mesmo que persistiu com os israelitas no deserto há muito
mais de três mil anos atrás: “fazemos escolhas, mas estamos prontos para
lidar com as consequências do que escolhemos?”
Há
coisas que desejamos demasiadamente, colocamos nossa força e coração
para alcançar, mas sequer medimos os resultados: “E Ele lhes cumpriu o
seu desejo, mas enviou magreza às suas almas” Sl 106:15. A magreza chegou quando os Israelitas escolheram um deus mudo e
cego em forma de bezerro, em detrimento de um Deus vivo , amoroso e
poderosos que lhes guiava pelo caminho. A magreza chegou para Davi,
homem segundo o coração de Deus, que escolheu o pecado do adultério, não
resistindo a tentação e encanto de Betseba. A magreza chegou para
Sansão quando deu ouvidos a Dalila e a magreza chega sempre quando
escolhemos o que não agrada a Deus.
Às vezes
culpamos a Deus pelo sofrimento que estamos atravessando, quando na
verdade, o que estamos vivenciando nada mais é do que as consequência de
nossas escolhas: “De que se queixa o homem vivente? Queixa-se cada um
de seus pecados” Lamentações 3:39. Os israelitas murmuravam muito,
queixavam-se de Deus, quando na verdade eles não sabiam fazer escolhas
porque eram rebeldes a voz Divina. Ainda assim, Deus estava ali, dia e
noite envolvendo-os com Sua misericórdia e exortando-os a mudarem de
direção para viverem melhor e mais felizes.
O cálice da escolha
“E
aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo: Mestre,
queremos que nos faças o que te pedirmos. E ele lhes disse: Que quereis
que vos faça? E eles lhe disseram: Concede-nos que na tua glória nos
assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda. Mas Jesus lhes
disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo, e
ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?” Mc 10:35-38 Tiago e
João não tinham noção do tamanho da consequência advinda da escolha de
sentarem ao lado de Jesus na glória! Um pedido ousado, carregado de
vaidades.
Alguns de nós queremos ter o que
os outros têm, mas não queremos pagar o preço que pagaram para conquistar.
Assim como Tiago e João, erramos em selecionar prioridades, porque
nosso coração não está centrado em Deus, mas em nossos mais terríveis
anseios. Jesus não apenas adverte os filhos de Zebedeu sobre o perigo
das escolhas, mas ensina que devemos ser humildes no viver para que
escolhas e consequências nos sejam favoráveis. Boas escolhas passam pelo
caminho da mordomia , do amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a ti mesmo (Mc 10:19-21):
- Essa escolha transgride a lei de Deus?
- Prejudica o próximo?
- Trará consequências desastrosas para minha vida?
- Essa escolha transgride a lei de Deus?
- Prejudica o próximo?
- Trará consequências desastrosas para minha vida?
“ Mas entre vós não será
assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso
serviçal;E qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de
todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate de muitos. Marcos 10:43-45 ”
Nenhum homem está livre do sofrer, e é possível que se
sofra também com as consequências de uma escolha correta. Seguir a
Cristo Jesus é a melhor escolha a ser feita entre os homens, obedecer ao
Evangelho é caminho estreito que também gera sofrimento: é o preço da
renúncia. Porém há grande e considerável diferença entre: sofrer
consequências por um ato de pecado e de uma escolha por Deus. O preço do
pecado é a morte. Da escolha por Deus é a paz de espírito e consciência.
Consequências e consequências
Cada semente plantada por nós gerará certo tipo de colheita. Essa
colheita poderá abastecer nossos celeiros, ou ser depositada em sacos
furados, gerando prejuízos. Claro que não tenho a receita para se fazer
sempre boas e corretas escolhas, pois já errei e ainda erro, paguei e
pago consequências. Algumas consequências são tão sofridas que só de
imaginar que alguma outra escolha poderá gerar as mesmas magrezas, mudo a
rota, o caminho. E isso se chama aprendizado.
Não por acaso Deus escolhe
ensinar aos Israelitas enquanto caminham no deserto. Só que a
recompensa era sair do deserto para um lugar melhor, uma terra que
manava leite e mel. Alcançar a promessa exigia um preço, eles estavam
dispostos a pagar ? Muitos se perderam pelo caminho porque não deram
ouvidos a voz de Deus, o Egito sempre lhes fora mais atrativo do que a
Terra Prometida.
Aprendizado é olhar para essa
trajetória do povo de Deus e não querer trilhar o mesmo caminho. É olhar
para Jesus e Sua cruz, que aponta em todas as direções e se entregar
por inteiro confiando que no Seu amor está o combustível para vida com
boas escolhas: aquelas que nos farão prosseguir nos caminhos sem abismos
e infindáveis círculos. Porque em Cristo há renovo, há crescimento, há
vida, há direção. Erros e sofrimentos são inerentes ao homem, também
escolhas e que Deus nos ajude a fazer escolhas corretas para que a
magreza de alma não nos alcance.
Deus o abençoe.
fonte:http://www.atendanarocha.com/2014/05/o-calice-que-provoca-magreza.html#more
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