Por: Silvio Dutra
Quando estudamos de forma adequada e entendemos a mensagem dos oito primeiros capítulos da epístola de Paulo aos Romanos, quanto ao significado de Jesus para nós, e da obra que Ele realizou em nosso favor para que pudéssemos ser santos assim com Deus é santo, é que podemos entender o caráter da santificação à qual somos chamados a viver, em diversas passagens bíblicas, como as destacadas a seguir, dentre tantas outras.
I Jo 3:3 E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.
2Co 7:1 Tendo,
pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto
da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de
Deus.
1Ts 5:23 O
mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e
corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.
Mat 5:48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.
Heb 12:1 Portanto,
também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de
testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente
nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está
proposta.
Efs 5:1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;
1Pe 1:14 Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância;
1Pe 1:15 pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento,
1Pe 1:16 porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.
Quando
fazemos de nós mesmos o referencial do que seja um viver vitorioso
sobre o pecado, e do significado bíblico de uma vida santa, corremos o
risco de ficar muito aquém da verdade, uma vez que podemos julgar que há
espaço para um viver negligente em relação ao pecado, por aquilo que
existe em nossa própria experiência, salvo se puder ser dito de nós
aquilo que se viu no testemunho de todos os apóstolos, a ponto de Paulo
dizer aos crentes de seus dias que imitassem o seu exemplo, assim como
ele era imitador de Cristo.
O
que ele quis dizer com isto é que ele havia sido confirmado em toda boa
palavra e obra, e havia sido aperfeiçoado em maturidade espiritual a
ponto de ter chegado a ser um exemplo de santidade de vida para todos os
fiéis.
Mas
quão raramente isto tem sido visto em nossos dias, e daí decorre
principalmente a grande dificuldade que os crentes têm para se
santificarem, porque não têm na maioria dos seus líderes exemplos vivos
para serem seguidos e que lhes aponte qual é o caminho em que devem
andar.
Nos
dias dos Reformadores do século XVI; dos puritanos históricos que
viveram principalmente nos séculos XVII e XVIII; nos de Wesley, George
Whitefield e Jonathan Edwards em fins do século XVIII; e no testemunho
de Charles Haddon Spurgeon, J. C. Ryle, D. L. Moody, e muitos outros no
século XIX, abundaram os exemplos daqueles que foram imitadores dos
apóstolos no que tange a um viver verdadeiramente santo, e isto explica o
sucesso ministerial deles na promoção de despertamentos e avivamentos
espirituais.
Todavia,
com o liberalismo do século XX, começaram a se escassear os exemplos de
homens santos e com isto, o vigor do cristianismo começou também a
decair, até chegar ao ponto em que se encontra em nossos dias.
Há
uma concessão para o pecado nas mais variadas formas, até porque o
número de fontes de tentação aumentou consideravelmente com o advento do
desenvolvimento tecnológico.
Quanta concessão é feita com entretenimentos e passeios mundanos de toda a sorte, como se fosse isto o grande objetivo da vida!
Quanta
prática impura decorrente de concessões a baixarias e cenas grotescas
em programas de TV, e em outros veículos de comunicação!
Quanto
comportamento inadequado para uma vida de verdadeira santidade, como
irreverência, rebeldia, iras, palavras torpes, chocarrices, e tudo o
mais que é condenado no comportamento de um autêntico cristão!
Mas
não encontramos na Bíblia espaço para se fazer concessão a tudo isto e a
muitos outras formas de comportamentos que têm prevalecido em nossos
dias.
Por
isso necessitamos permanecer em Jesus e em Sua Palavra, de maneira que
Ele mesmo nos revele quais são as práticas e hábitos que Lhe desagradam e
que impedem o nosso avanço na santificação, e isto propiciará o aumento
do grau da intimidade da nossa comunhão com Ele.
Somente
Jesus pode atestar e nos revelar qual é a nossa real condição
espiritual, e quais são as coisas das quais devemos nos despojar, para
que não sejamos achados no estado em que se encontram os crentes de
Laodiceia: pobres, cegos, nus e miseráveis.
Quando
a nossa comunhão com Ele anda prejudicada ficamos cegos quanto às
coisas que deveríamos evitar e quanto às que deveríamos praticar.
Ficamos por conseguinte pobres da Sua graça que é a única coisa que pode
nos enriquecer espiritualmente. Ficamos nus por falta da cobertura da
veste pura e branca da santidade que somente Ele pode nos dar. E
finalmente, pode se dizer de nós que o nosso estado em tal condição é de
real miséria espiritual, quando deveríamos, na condição de filhos
amados de Deus, estar abundando em toda boa obra do Espírito Santo.
Se
um membro do corpo de Cristo consente em viver de modo debilitado em
razão do pecado, quem paga o preço é toda a Igreja; e é portanto por
causa do Senhor e do seu corpo que devemos nos empenhar em sermos
achados santos e irrepreensíveis, e nem tanto por nossa própria causa.
1Pe 4:1 Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado,
1Pe 4:2 para que, no tempo que vos resta na carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus.
1Pe 4:3 Porque
basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios,
tendo andado em dissoluções, concupiscências, borracheiras, orgias,
bebedices e em detestáveis idolatrias.
João 17:16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.
João 17:17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
João 17:18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
João 17:19 E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade.
Como
o mal foi banalizado, fica a impressão para muitos líderes que o
próprio Deus já não leva mais os comportamentos mundanos em conta, e que
é possível se viver de modo agradável a Ele enquanto assim procedemos.
Qual
é o resultado? Uma vida vazia de poder, não propriamente de poder dos
dons sobrenaturais do Espírito Santo, porque deles até mesmo Balaão,
Saul, Judas e tantos outros participaram e têm participado até hoje, e
de nada lhes aproveitou, antes agravou a situação deles diante de Deus.
Mas
o que está em foco é a falta de poder real de um viver santo. De uma
vida verdadeiramente piedosa e cheia da plenitude de Jesus Cristo, em
aumento progressivo de graus de íntima comunhão com Ele.
É
esta vida que traz a verdadeira paz e alegria à Igreja, na comunhão dos
crentes, quando eles andam em verdadeira santidade de vida.
Coisa
que pouco se vê hoje em dia, porque muitos têm ficado satisfeitos com
um substitutivo de alegria e paz carnal resultante de programações
festivas e campanhas as mais diversas para tentar reunir os crentes de
cada congregação local.
Com
isto brechas estão sendo abertas para o ecumenismo mundial, porque já
não há mais tanto zelo pela verdade revelada nas Escrituras, porque isto
somente pode vir junto com a vida que está realmente santificada.
Como
esta santificação é trabalhosa e demanda diligência e disciplina na
prática dos deveres ordenados da Palavra de Deus, muitos desconhecem até
mesmo quais são estes deveres, porque se requer estudo e oração para
serem adequadamente conhecidos, e outros se iludem pensando que os
conhecem e têm praticado, e não raros se apresentam como líderes
carismáticos, pessoas especiais e místicas que afirmam ter sido
santificadas e enchidas de poder no dia mesmo da sua conversão a Cristo
ou imediatamente após a mesma, e nisto são seguidos por muitos de modo
tão negligente quanto eles quanto à sua santificação, só que isto é uma
inverdade, algo que não tem base no testemunho das Escrituras e na
experiência de todos aqueles que se santificaram pagando o alto preço da
consagração e renúncia.
Assim
como o corpo físico e tudo o que tem vida natural cresce gradualmente,
de igual forma a nova criatura espiritual recebida do Alto pela fé,
também cresce em graus, e em conformidade com as experiências providas
pelo Senhor na vida cotidiana para que este crescimento seja produzido
em nós.
Isto
foi testemunhado na vida dos apóstolos e continua sendo testemunhado
até hoje na vida de todos aqueles que têm comprado de Cristo a veste
alva e pura da santidade com a qual têm se revestido mais e mais para
que sejam de fato agradáveis e úteis a Deus para serem levantados como
exemplos para o Seu povo.
Nosso
Senhor veio a este mundo para nos levantar de uma vida subjugada pelo
pecado, para que pudéssemos estar de pé na presença de Deus, santos,
imaculados e sem qualquer ruga. Se não é isto o que estamos buscando,
estamos errando o alvo, por mais ativistas que sejamos em nossas
congregações, porque muito mais do que nossas obras Deus quer os nossos
corações purificados de todo pecado, porque é nisto que se comprova a
nossa real comunhão com Cristo, uma vez que sem Ele nada podemos fazer.
Importa que Ele faça as Suas obras através de nós.
Esta
é a nossa grande luta, e é nisto que reside a nossa grande vitória, que
é afinal a vitória de Cristo, por meio de quem somos mais do que
vencedores.
fonte;http://www.webservos.com.br/gospel/estudos/estudos_show.asp?id=11164
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